Fomento

Antecipação de recebíveis de cartões de crédito gerou debate no 1° Simpósio de Fomento Comercial do Amazonas

Na última quinta-feira (19), empresários do setor de fomento comercial e empreendedores interessados neste mercado, estiveram reunidos em Manaus para o 1° Simpósio de Fomento Comercial do Amazonas. Foram tratados temas como o direito de regresso, garantias reais, novos produtos e como a tecnologia tem criado segurança e novas oportunidades para o setor, além de uma apresentação sobre como estruturar uma Securitizadora e um FIDC.  Na programação, um bate-papo informal sobre antecipações de cartões de crédito foi um dos assuntos que despertou maior interesse por ser um novo mercado, ainda com pouca penetração das empresas do setor.

Sobre o tema, presidente do SINDISFAC-MG e vice-presidente da ABRAFESC, Roberto Mauro Oliveira Ribeiro, pôde compartilhar sua experiência como empresário que já realizou algumas operações por meio de sua empresa de fomento. “Como muitos, eu também acreditava que não seria possível, que seria uma guerra muito grande com players gigantes e teríamos que praticar taxas inviáveis”. Mas Roberto esclarece que, na prática, se o sistema da empresa de fomento já estiver integrado ao sistema de uma das registradoras homologadas pelo Banco Central, todo o processo é muito fácil e rápido. Porém, em sua opinião, o baixo retorno ainda é um dos empecilhos para essas operações avançarem dentro do setor de fomento comercial. “Mas existem clientes que estão dispostos a pagar taxas mais altas pela antecipação do recurso, então acho que, pelo tamanho do mercado, vale muito à pena”, ponderou Roberto que lembra que o SINFAC-SP está desenvolvendo uma plataforma própria, o ABRACARD, para dar acesso a essas agendas. “Iremos centralizar a api nos Sindicatos e eles darão acesso aos seus associados, isso irá reduzir custos”, explica Hamilton de Brito Jr., presidente da ABRAFESC, do SINFAC-SP e empresário do setor.

Sobre as taxas, todos foram unânimes. Como as antecipações de recebíveis é hoje um mercado seguro, com todo um arcabouço legal e com a entrada das registradoras, não será possível aplicar grandes descontos sobre a operação. Já o empresário e presidente do SINFAC-AM e diretor da ABRAFESC, Silvestre Augusto, acredita que é possível sim conseguir boas taxas nas antecipações de recebíveis de cartões. “Consultamos as três maiores empresas de maquinha e vimos que a operação padrão é com taxa de 4,9%. Vejo que somente as empresas com faturamento superior a R$ 100 mil conseguem negociar taxas mais baixas. E a grande maioria do comércio não chega a esse faturamento, então as empresas de fomento podem ser muito competitivas”, comenta. 

Já Hamilton acha que as taxas tendem a ser menores, acompanhando o mercado como um todo que já vê as taxas caindo mesmo com a alta da Selic. “Vemos grandes players cobrando 1,5% de taxa numa duplicata. Mas é mil vezes melhor cobrar essa taxa na antecipação de cartão de crédito do que em uma duplicata onde o risco é muito maior e operação mais complexa e mais cara”, orienta Hamilton.

Se por um lado as taxas tendem a ser baixas, por outro é o tamanho e o potencial desse mercado que tem chamado tanta atenção. Empresas de qualquer porte que tenham CNPJ e maquininha de cartão são potenciais clientes e com toda a segurança legal e operacional que a nova legislação trouxe. “Não é um mercado que vai competir com o nosso negócio original, de desconto de duplicatas e cheques pré-datados. É um mercado diferente que vamos conhecer agora. Mas é muito melhor que deixar dinheiro parado na conta”, comentou Roberto.

Outro aspecto importante para considerar é que se trata de mais um produto para oferecer e fidelizar clientes. Renato Coelho, empresário e diretor da ABRAFESC, comenta que essa têm sido uma das principais estratégias de sua empresa. “O que temos buscado fazer é tentar verticalizar cada vez mais nossa operação e o índice de penetração, e aproveitando a vertical de oportunidade que um cliente possibilita. Precisamos nos reinventar, a gente vive em uma nova economia”, avalia.

O 1° Simpósio de Fomento Comercial do Amazonas foi realizado pelo SINFAC-AM e pela ABRAFESC de forma presencial em Manaus. Nas próximas edições do Informativo do SINFAC-SP você ficará por dentro dos outros assuntos debatidos no evento.

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