Economia

Pequenos negócios têm menor nível de inadimplência em quatro anos

Agosto foi o mês no qual os empresários de pequenos negócios tiveram o menor nível de inadimplência registrado desde abril de 2020.

Os números da 8ª edição da pesquisa Pulso dos Pequenos Negócios, realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mostram também que 30% das empresas desse porte melhoraram o faturamento em comparação com o mesmo mês do ano passado, sendo considerado o melhor resultado verificado em pouco mais de um ano.

Segundo a analista de desenvolvimento territorial e serviços financeiros do Sebrae Minas, Debora de Souza, a pesquisa feita pelo Sebrae Nacional tem representatividade em todos os entes da federação. “Então, este cenário pode sim ser atribuída aos empresários mineiros”, considera.

De acordo com ela, essa condição menor de inadimplência pode ser atribuída a fatores que vieram com o pós-pandemia “Em 2024 temos uma recuperação de todo aquele efeito de insegurança por parte dos empresários para investirem, por conta de um período pandêmico. Hoje, já vemos por exemplo o setor de turismo, que tem tido grandes ganhos, tem aumentado o faturamento, elevado muito o número de clientes, porque o mercado tem maior segurança para fazer planos de médio e longo prazo, o que há quatro anos atrás não tínhamos com a pandemia”, explica.

Outro fator que fez com que os empresários reduzissem a inadimplência é o aumento do faturamento, considerado consequência de uma segurança maior sentida por parte dos empresários e também por parte dos clientes.

“Uma outra questão também que corrobora para esse cenário são as políticas governamentais, que têm sido voltadas muito para a injeção de crédito no mercado, principalmente para as micro e pequenas empresas. O Programa Acredita tem como meta, entre 2024 e 2026, disponibilizar R$ 30 bilhões em crédito. E isso já começou a acontecer”, constata a analista.

“Acredito que, nos próximos meses, até o próximo ano, haverá sim um aumento de faturamento e uma maior circulação de dinheiro, dada também a essas políticas governamentais”, projeta.

O levantamento, também apontou que 20% dos empreendedores ouvidos estão com dívidas/empréstimos em atraso, o que confirma uma melhora significativa do quadro de inadimplência de pequenos negócios no País. Em maio de 2020, essa proporção havia chegado a 40%.

“Os empresários precisam saber se de fato necessitam do crédito para não cair na inadimplência. Muitas soluções ele tem dentro da própria empresa que pode ser através até de autofinanciamento. Então, se aquele empresário está passando por algum momento de endividamento, precisando renegociar alguma coisa, pode procurar o Sebrae que faremos todos os cálculos da empresa. Quanto de estoque ela tem parado, quantos ativos têm parado, se o capital de giro está funcionando da maneira como deveria estar, se paga os fornecedores antes de receber dos clientes, são erros muito comuns que percebemos”, explica.

Outro dado levantado pela pesquisa é que cerca de 60% dos donos de pequenos negócios ouvidos pelo Sebrae estão entusiasmados com o futuro. “A recomendação é ter cuidado ao utilizar o crédito que estará disponível no mercado para, de fato, fazer investimentos que vão aumentar a produção, melhorar a produção e vão refletir no aumento de faturamento”, orienta Debora de Souza.

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