Fomento

FIDCs ganham protagonismo

Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) chamam cada vez mais a atenção dos investidores e vêm conseguindo manter rendimentos positivos mesmo em um cenário econômico volátil e desafiador. É o que afirma o sócio e gestor da Integral Investimentos, Marcos Iório, que vê esse tipo de fundo “ganhando protagonismo” no mercado de investimentos.

“Nos últimos anos, por diversos motivos, a classe de créditos privados tem crescido. Muito por conta do CDI elevado, da consistência da classe. Os FIDCs e os fundos de crédito privado têm sido muito consistentes, mostrado rentabilidade interessante, em momento no qual os fundos de multimercado e de ações apresentam volatilidade mais alta. Os FIDCs e fundos de crédito têm ganhado protagonismo”, considera.

A Integral é uma das pioneiras nesse segmento, podendo ser considerada uma das desbravadoras do mercado de FIDCs. “A Integral está nesse mercado desde que se fala em FIDC no Brasil. Estamos envolvidos e somos especialistas no assunto. Nunca fomos para outros tipos de ativos. Olhamos crédito 24 horas por dia, sete dias por semana. Toda estrutura da Integral está respirando esse mercado”, afirma.

O dirigente celebra o momento de alta dos FIDCs, que surfou nos últimos meses em um mercado que castigou boa parte dos investimentos em renda variável e premiou quem apostou em ativos que não sofrem tanto com a volatilidade.

“É um momento em que os fundos multimercados, assim como os de ações, que são mais conhecidos dos investidores, têm passado por dificuldades. Por diversos problemas: pandemia, troca de governo, dúvidas em relação à política monetária, cenário externo conturbado. Eles oscilam muito. Enquanto isso, os fundos de crédito e os FIDCs passam ilesos”, explica.

Apesar de destacar os resultados recentes dos FIDCs, Iório confia que o melhor está por vir, graças à Resolução 175 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), publicada em dezembro de 2022, mas que ainda está em fase de implantação. “Parte da Resolução já está rodando, mas é um processo que só deve terminar no fim deste ano”, diz.

“A 175, além de regulamentar esse tipo de fundo, também traz investidor de varejo para nossa classe de produto. O investidor de varejo não tinha acesso aos FIDCs antes, mas a nova regra está dando essa possibilidade. É um marco muito importante para a indústria, porque vai permitir um fluxo de dinheiro bastante relevante para esse tipo de fundo. Vai ganhar ainda mais importância nas carteiras. A classe ganhou protagonismo”, avalia.

E mesmo em relação a outros tipos fundos de crédito, o dirigente destaca o que considera os benefícios do FIDC. “Ele possibilita que você agregue garantias, mitigue o risco de crédito. Outra grande vantagem do FIDC é a possibilidade de criar classes de cotas com perfis de riscos diferentes e com perfis de retornos diferentes. A possibilidade de ter uma cota sênior, com risco e rentabilidade menores, ou uma cota mezzanino, subordinada, com rentabilidade e risco maiores.”

Formado em administração pela FEA-USP e com pós-graduação em finanças pelo Insper, Iório atua no mercado de investimentos há 20 anos e há 13 na Integral. Tem passagens anteriores pelo Banco Alfa e pelo ABN Amro, esse último comprado pelo Santander em 2007.

https://www.investidorinstitucional.com.br/sessoes/rankings/trofeu-benchmark/874-trofeu-benchmark-2024/41749-fidcs-ganham-protagonismo-melhor-gestor-de-fidcs-marcos-iorio.html