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Debênture, CRI, CRA e FIDC batem recorde e emissões no mercado de capitais avançam 120% no 1º semestre

O mercado de capitais segue ganhando espaço como alternativa de captação para as empresas brasileiras. Só no primeiro semestre, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), as emissões chegaram a R$ 337,9 bilhões, um volume recorde e 120% maior do que igual período de 2023. A Renda Fixa respondeu por 90% das emissões (R$ 305 bi), seguido pelos produtos híbridos, como fundo imobiliário (FII) e Fiagro, com 8% (R$ 28 bi), e a Renda Variável com 1,5% do total e apenas follow-ons (6) que levantaram R$ 4,9 bilhões.

“Foi um primeiro semestre muito forte e com basicamente quase todos os instrumentos de renda fixa batendo recordes, muitas vezes com desempenho até melhor do que o segundo semestre do ano passado, período que sazonalmente temos mais emissões”, comenta Guilherme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação do Mercado de Capitais da Anbima, acrescentando que debêntures, os certificados de recebíveis agrícolas (CRAs) e imobiliários (CRIs) e os fundos de recebíveis (FIDC) atingem volumes recordes no primeiro semestre. “Acho que isso em parte é por conta dos fundos que são os principais investidores e que com as  entradas líquidas fortes de recursos, combinadas com o retorno dos juros, precisam aplicar.”
 
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No perfil das debêntures, que captaram R$ 206,7 bilhões no período com 289 emissões, destaque para o IPCA como indexador (31%), pela destinação dos recursos para setores de infraestrutura (43,7%) e um prazo médio das ofertas de 7,5 anos. As debêntures incentivadas, cujos ganhos são isentos de Imposto de Renda, cresceram 407%, para R$ 64,4 bilhões. “Lembrando que os híbridos, como FII e FIPs seguem ganhando espaço, o que demonstra que o mercado tem buscado uma diversificação em instrumentos e talvez um pouquinho mais de apetite ao risco”, comenta Maranhão.

Nos dados apresentados pela Anbima também chamam a atenção o volume encarteirado das emissões pelos coordenadores. Em debêntures como um todo, 48,1% dos recursos ficaram nas mãos de quem coordenou a oferta. Os fundos compraram 46,1% do volume emitido. Em debênture incentivada, o percentual de emissões primárias cujos recursos não vão a mercado é ainda maior, de 66,1%, bem superior ao registrado no primeiro semestre de 2023, com 41,8%. Fundos de Investimentos ficam com algo perto de 19% e o restante é adquirido por pessoas físicas e demais institucionais.

“O mercado mais favorável faz com que várias companhias venham captar ao mesmo tempo. Isto faz com que seja necessário ter um encarteiramento maior para dar vazão. Os spreads caíram muito e todos querem captar ao mesmo tempo”, explica Maranhão.

https://capitalaberto.com.br/mercados/emissoes-no-mercado-de-capitais-avancam-120-no-semestre/