Economia

Caminho livre para a Casas Bahia (BHIA3): credoras que foram à Justiça contra a varejista e sofreram derrota aderem ao plano de recuperação

A Opea Securitizadora e a Pentágono Distribuidora, duas das credoras do Grupo Casas Bahia (BHIA3), chegaram a questionar o plano de recuperação extrajudicial da varejista homologado pela Justiça no mês passado.

Na visão delas, as propostas eram desprovidas de mérito e deveriam ter sido rejeitadas. Mas, após uma derrota na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo e quase mês para rever o termos, ambas decidiram aceitar o plano da companhia para pagamento de débitos.

A Opea é a securitizadora de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) lastreados na oitava emissão de debêntures da empresa. Já a Pentágono é a agente fiduciária das sexta e sétima emissões dos títulos.

Com o sinal da verde das duas, e segundo comunicado enviado pelas Casas Bahia ao mercado nesta quarta-feira (17), todos os credores aderiram oficialmente ao plano da empresa.

Agora, a varejista pode colocar as estratégias em prática, incluindo uma nova emissão de debêntures que está incluída no documento.

O plano da Casas Bahia (BHIA3)

Vale relembrar que o Grupo Casas Bahia deve cerca de R$ 4,1 bilhões a seus principais credores. As dívidas somaram-se a um balanço mais fraco para formar um cenário turbulento para a empresa. 

Mas, com o plano, o cronograma de pagamentos se estendeu de 22 meses para até 78 meses — ou de pouco menos de dois anos para seis anos e meio.

Há carência de 24 meses para o pagamento de juros e 30 meses para o principal, podendo ser ampliado até completar os 78 meses.

Dessa forma, ao invés de pagar R$ 4,8 bilhões até 2027, a varejista precisará desembolsar apenas R$ 500 milhões no mesmo período.

A partir de 2028, os pagamentos crescem, segundo os planos. Além da ampliação do período, a remuneração também foi reduzida para CDI + 1,0% a 1,5%.

O Grupo Casas Bahia já havia negociado uma ampliação do prazo das dívidas relacionadas às 6ª, 7ª, 8ª e 9ª séries de debêntures da varejista com os principais credores.

O Bradesco (BBDC4) possui R$ 953 milhões em debêntures, e o Banco do Brasil (BBAS3), R$ 1,272 bilhão, o que representa 54,5% do total das emissões contempladas no plano.

Como andam as finanças do Grupo Casas Bahia (BHIA3)

Quanto à situação do balanço patrimonial, o Grupo Casas reportou um prejuízo líquido de R$ 1 bilhão no quarto trimestre de 2023. Trata-se de um número mais de quatro vezes pior do que o prejuízo de R$ 163 milhões no último trimestre de 2022.

No início deste ano, porém, o rombo diminuiu: o prejuízo líquido do primeiro trimestre de 2024 foi de R$ 261 milhões, uma melhora de 12,2% na comparação com o 1T23.

Já o Ebitda (sigla para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado do trimestre foi positivo. Ele ficou R$ 387 milhões no azul, mas caiu 42,6% em relação ao resultado reportado um ano antes.

As linhas de receita também mostraram piora. A receita bruta foi de R$ 7,5 bilhões no trimestre, uma queda de 14,2%. Já a receita líquida baixou de R$ 7,3 bilhões para R$ 6,3 bilhões no mesmo recorte.

A publicação do balanço do segundo trimestre, que deve atualizar os investidores a respeito da situação da companhia entre abril e junho, está marcada para 7 de agosto.

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