Fomento

Solis capta R$ 430 milhões no ano em FIDCs para institucionais

A Solis, gestora especializada em FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios), captou R$ 700 milhões nessa classe de fundos no primeiro semestre do ano, incluindo as operações de dois fundos voltados à investidores institucionais que, sozinhos, captaram R$ 430 milhões.

O FIDC Tradepay, que antecipa recebíveis de grandes empresas junto aos seus clientes varejistas, captou R$ 200 milhões, sendo R$ 180 milhões em cotas seniores e R$ 20 milhões em cotas mezaninos. Os outros R$ 230 milhões vieram para o Solis Recebíveis Comerciais, um FIC de FIDC, distribuído apenas para investidores institucionais e cujo foco é em FIDCs multicedentes multisacados (fundos com carteiras compostas por recebíveis comerciais). A elevada pulverização da carteira, com 20 FIDCs investidos, é um dos atrativos para os institucionais, diz o sócio-diretor da gestora, Ricardo Binelli.

Segundo o executivo, “o mercado institucional está mais voltado para os FIDCs este ano, em parte porque já houve um fechamento importante de taxas em debêntures, em Letras Financeiras e em outros títulos bancários, enquanto os FIDCs seguem ainda com alguma gordura na comparação com esses ativos, embora suas taxas também já tenham mudado de patamar de 2023 para cá”, diz.

Outro fator positivo, segundo o gestor, é o maior conforto dos investidores institucionais com as proteções oferecidas por esses fundos e o fato de haver maior frequência das assets nesse mercado, não só as independentes mas agora também as assets ligadas a grandes bancos e a tesourarias de bancos. Para os family offices, pesa ainda a isenção de come-cotas dos FIDCs. As captações feitas no semestre envolveram fundações, family offices e gestores em geral.

Distribuição direta - O planejamento estratégico da gestora em 2024, explica Binelli, prevê buscar maior crescimento na distribuição direta de FIDCs, e não tanto via FoFs, além do objetivo de crescer também em mandatos exclusivos.

“Somando o que foi captado até agora no ano, mais R$ 800 milhões para colocar em pé e R$ 400 milhões em captações esperadas para o segundo semestre, chegaremos a R$ 2 bilhões de captações diretas este ano”, estima Delano Macêdo Solis, sócio-diretor. No caso das assets, ele lembra que o maior interesse nessas operações é para suprir carteiras de renda fixa e crédito privado. “Os recursos que iriam para debêntures e títulos bancários agora têm vindo para os FIDCs”, afirma Delano.

Em junho, a Solis lançou seu primeiro FIDC voltado ao investidor de varejo, adequado à Resolução 175 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que abriu o acesso ao crédito estruturado para o público em geral. O fundo Solis Pioneiro, explica Binelli, tem sua carteira composta apenas por cotas seniores de FIDCs, devidamente classificadas por uma agência de risco, e está disponível na plataforma BTG Pactual.

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