Economia

Recuperação de crédito das empresas deve subir em 2024

Com a previsão do lançamento do Desenrola Brasil para empresas endividadas e a estabilidade na inadimplência, o indicador de recuperação de crédito da Serasa Experian deve crescer mais em 2024 do que no ano passado, segundo o economista Luiz Rabi.

No fim de 2023, o ministro das Micro e Pequenas Empresas, Márcio França, falou sobre a versão do programa governamental para as pessoas jurídicas que pode ser lançado no começo deste ano.

Os últimos dados da Serasa mostram que, em Minas Gerais, das dívidas que foram negativadas em setembro do ano passado, 52,4% foram pagas ou renegociadas por empresas inadimplentes em até 60 dias após o mês de referência. Em agosto, o índice foi maior e chegou a 54% no Estado.

O resultado em Minas no nono mês do ano passado superou o indicador de recuperação de crédito nacional, que foi de 45,4% no período, e que teve alta de 5% na comparação com igual mês de 2022. O Estado apresentou o melhor resultado da região Sudeste do Brasil no mês e ocupou a nona posição no País. 

O indicador de recuperação de crédito da Serasa Experian considera o número de dívidas incluídas no sistema de inadimplência em cada mês específico. A medida de até 60 dias para quitação dos compromissos financeiros deste indicador foi selecionada por refletir a “régua comum” utilizada pelas soluções de cobrança, mas esse tempo pode variar de acordo com cada credor.

Estados do Nordeste se destacaram na recuperação de crédito, aponta Serasa

No nono mês de 2023, o estado da Bahia apresentou o mesmo percentual mineiro (52,4%). No ranking das unidades federativas as empresas inadimplentes do Piauí sanaram 67,2% das dívidas negativadas em setembro, em até 60 dias após o mês de referência.

Os estados do Ceará (57,7%) e da Paraíba (56,8%) apareceram em seguida, ocupando as primeiras colocações. São Paulo (36,2%), Alagoas (36%) e Distrito Federal (30,7%) apresentaram os menores percentuais no período.

Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, a nova fase do programa Desenrola Brasil, além de recursos extras, como o pagamento da primeira parcela do 13° salário, contribuem para o resultado, já que os consumidores injetam mais dinheiro no caixa das empresas, que assim, podem cumprir com seus próprios deveres financeiros.

Na análise por segmentos, telefonia alcançou a maior taxa de quitações do ano para o ramo (19,2%), enquanto o setor de varejo foi o mais contemplado pelas empresas inadimplentes, recebendo 50,9% do total de pagamentos em até 60 dias após a negativação.

Em relação ao valor das dívidas, encargos de até R$ 500 foram priorizados pelas empresas inadimplentes na hora de colocar as contas em dia no País, e aqueles com quantia entre R$ 2 mil e R$ 10 mil, tiveram o menor índice.

Ainda segundo o indicador de recuperação de crédito da Serasa Experian, mais da metade dos compromissos financeiros estava atrasado há 30 dias (54,5%). Em seguida estavam dívidas com 60 dias (38,9%), um ano (21,0%), 90 dias (20,9%), 180 dias (19,5%) e com idade superior a um ano (18,9%).

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