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Gramado Park (GPK) interrompe repasse de recebíveis por 60 dias por decisão judicial

A Gramado Park (GPK), empresa gaúcha que atua no setor de turismo, conseguiu na justiça a interrupção por 60 dias e repasse de recebíveis para a securitizadora Fortesec, responsável pela emissão de Certificados Imobiliários (CRI) da companhia.

A Fortesec estruturou pelo menos três Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) para as empresas da cidade de Gramado, totalizando cerca de R$ 237 milhões. Os CRIs foram distribuídos ao mercado e fazem parte dos investimentos do fundo HCTR11, gerido pela gestora Hectare que pertence ao mesmo grupo da Fortesec. Além disso, outras dívidas da cidade de Gramado foram compradas por fundos do mesmo grupo da Hectare e da Fortesec, de acordo com informações da CVM.

Além disso, a Gramado alegou queda na receita e aumento da inflação e juros como principais fatores que impossibilitaram o pagamento da totalidade das parcelas dos CRIs. Com isso, a medida visa possibilitar ao grupo que destine o fluxo de caixa para outros fins operacionais do empreendimento.

Essa decisão pode afetar os Fundos Imobiliários (FIIs) HCTR, DEVA, VSLH e IRDM que possuem ao menos uma das séries de emissão dos referidos CRIs e deverão ser impactados pela decisão.

A analista de FIIs da EQI Research, Carolina Borges, avalia que a repercussão dessa notícia é negativa. Segundo ela, os fundos expostos à GPK deverão apresentar queda de receita nos próximos dois meses como resultado da decisão. Caso necessário, as garantias dos CRIs incluem a cessão fiduciária dos recebíveis, fundo de obra e patrimônio dos sócios.

Borges ainda destaca que o grupo informou que os recebíveis do projeto não tão suficientes para o pagamento das despesas, o que pode comprometer o atual nível de garantias, 

“Reiteramos nossos alertas passados em relação à sobreposição de investimentos em ativos de alto risco, em especial nos três FIIs mais expostos, como é o caso de multipropriedades de modo geral. Juros e inflação elevados aumentam o risco de crédito de tais papéis, considerados bens de luxo e com altos cupons. A gestão dos FIIs ainda não se manifestou sobre a decisão e manteremos os investidores atualizados assim que possível”, afirmou. 

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