Fomento

Mesmo com crise econômica, mercado de FIDCS cresce em 2016; perspectiva é positiva para 2017

Alternativa já consolidada entre os players do fomento comercial nacional, a formação de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) tem crescido ano após ano, atraindo factorings pela maior flexibilidade tributária existente na gestão de recursos de terceiros.

Se em 2005 o mercado fechou com apenas 106 fundos ativos e um respeitável montante de R$ 15 bilhões, ele atingiu, até o fim de outubro de 2016, 551 fundos e um total de R$ 84,8 bilhões em carteira. Estes dados fazem parte de um ranking divulgado mensalmente pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (AMBIMA).

Exemplo clássico do atual cenário deste segmento, a paulistana Ouro Preto Gestão de Recursos, administradora de recursos especializada em hedge funds e nos chamados fundos estruturados, não foi afetada pela a crise econômica.

“Pelo contrário, o número de clientes tem aumentado muito. Como houve uma retração da oferta de crédito pelos bancos, o interesse por fundos de investimento em direitos créditos, como alternativa de crédito ao mercado bancário, tem aumentado bastante”, afirma o empresário João Baptista Peixoto Neto, sócio-proprietário da Ouro Preto Gestão de Recursos.

Parceira recente do SINFAC-SP, a empresa está entre as 100 maiores gestoras do país – exatamente em 64º lugar, entre 522 instituições. Hoje, administra aproximadamente R$ 3,1 bilhões, distribuídos em 49 fundos de investimento. Deste total, R$ 735 milhões são provenientes de FIDCs.

Segundo a revista Investidor Institucional, de 2015, a Ouro Preto Investimento foi a gestora que alcançou o primeiro lugar no ranking de gestoras com maior crescimento, em 12 meses, na gestão de FIDCSs, com 252,26%. Ficou ainda em segundo lugar no ranking geral de gestoras com maior crescimento, em seis meses, na gestão de FIDCs, com 223,20%.

“A parceria da Ouro Preto Gestão de Recursos veio em boa hora para todos. Com o mercado aquecido, nossos associados poderão estruturar e constituir seu FIDC, a um custo reduzido, operando em 2017 com força total”, explica o presidente do SINFAC-SP, Hamilton de Brito Junior (Credere Consultoria e Fomento Mercantil).

Fraudes

Problema ainda recorrente no setor de factoring, a ocorrência de fraudes acabou afugentando grandes e tradicionais investidores, que se viram às voltas com prejuízos causados por criminosos, que aproveitaram brechas deixadas por esses players.

“O mercado de FIDC foi, em 2016 especialmente, muito prejudicado pelas fraudes, e como consequência, investidores institucionais perderam o interesse em investir nesse tipo de fundo e muitos prestadores de serviços de administração e custódia resolveram se retirar do mercado”, acrescenta Peixoto Neto.

Entretanto, o gestor espera que esses investidores voltem em 2017, assim como surjam novas empresas interessadas em colocar recursos nos FIDCs. “Esperamos que todos fiquem mais atentos aos riscos do negócio e do investimento em fundos de recebíveis, de modo a evitar que os mesmos problemas voltem a ocorrer”, salienta, reforçando que “o crescimento da securitização de crédito, especialmente por intermédio de fundos de direitos creditórios, é algo irreversível”.
 

Evolução do FIDC no Brasil (até outubro de 2016) - AMBIMA

Ano

PL (R$ Milhões)**

Nº de Fundos Ativos**

2005

15.059

106

2006

20.485

151

2007

29.765

175

2008

39.727

207

2009

56.554

338

2010

60.087

316

2011

N.D.

N.D.

2012

67.888

384

2013

83.654

424

2014

74.548

459

2015

83.372

504

2016

84.806

551


Fontes: Reperkut / Ouro Preto Investimentos / AMBIMA

http://www.sinfac-sp.com.br/v2/content.php?id_content=6767&id_page=6