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Em maratona de três dias, especialistas destrincham principais aspectos da ESC

A forte demanda de dúvidas sobre a Empresa Simples de Crédito, que diariamente surge no grupo de discussões criado pelo SINFAC-SP, foi o gatilho para a realização, entre os dias 6 e 8 de outubro, de um webinário desenvolvido para explicar os principais aspectos jurídicos, contábeis e tributários desta modalidade de negócio, que já opera com 800 unidades no país.

Especificamente focado na estruturação e operação da atividade, o treinamento intensivo reuniu um seleto time de especialistas, cada qual apresentando informações sobre sua respectiva área de atuação.

O webinário contou com as palestras dos consultores do Sindicato Alexandre Fuchs das Neves (jurídico) e Marco Antonio Granado (contábil, tributário, trabalhista e previdenciário), de Alexandre Malheiros (CCO do Vadu), Daniela Guimarães (diretora-adjunta de assuntos regulatórios e institucionais da CERC Central de Recebíveis), Ricardo Barros Mendes (sócio-diretor da RBM Software), Rogério Castelo Branco (empresário e palestrante), além de Cristina Engels Rodrigues (gerente administrativo financeiro do SINFAC-SP).

“Nesta maratona de três dias, a ESC foi interpretada de ponta a ponta, desde sua origem, passando pelos aspectos legais e operacionais. Levar este conhecimento aos empresários foi de extrema importância, até para delimitar o que é possível discutir e alterar, e o que deve ser mantido, em caso de reforma da Lei Complementar nº 167/2019”, explicou Fuchs.

“As dificuldades impostas pela legislação já estão sendo trabalhadas pelo SINFAC-SP, em projeto de alteração da LC nº 167/2019, com base nas sugestões dadas pelos empresários do setor, dentro do que é possível alterar”, salientou o advogado.

Assunto bastante polêmico, pródigo em tirar o sono dos empreendedores deste segmento, que desejam ser incluídos no Simples, a tributação sobre a atividade da ESC foi o foco da palestra do contador e advogado Marco Antonio Granado.

“Realizamos uma simulação onde sugerimos valores para uma operação e, a partir de informações tributárias calculamos o PIS, a Cofins, a CSLL, o Imposto de Renda e o Adicional, e detalhamos o impacto de cada um deles”, afirmou.

Recentemente prorrogada até 31 de dezembro, a isenção do IOF – que acabou beneficiando o segmento, é um tema a ser retomado em janeiro de 2021, na avaliação do contador, que também falou especificamente sobre as operações que a legislação permite à ESC – empréstimo, financiamento e desconto de títulos de crédito.

Crédito e vendas

Fundamentais para as operações das ESCs, estes foram os dois temas abordados pelo empresário Rogério Castelo Branco, que ressaltou a imensa importância de convergência entre as duas áreas, “característica essa culturalmente deturpada em nosso setor”, argumentou.

“A análise de crédito e o processo de vendas pressupõem fatores essenciais, tanto na ESC como em qualquer empresa que trabalhe com o financiamento produtivo do público de micro e pequenas empresas”, avaliou.

Segundo ele, esses fatores são a importância do conhecimento profundo das características dos clientes; da utilização de ferramentas tecnológicas, sem que se abra mão da personalização do atendimento; de criar diferenciais competitivos e estratégias de vendas profissionalizadas, dada a grande oferta de crédito no Brasil; da inovação nos processos de crédito, produtos e serviços, também em virtude de uma concorrência cada vez mais competente.

“Demonstramos, na prática, alguns cases reais de análise de crédito e algumas referências mercadológicas nos processos de vendas, nos baseando na combinação de vendas ativas e passivas, mas sempre compatíveis com processos creditícios bem estabelecidos e profissionalizados”, salientou.

Central de Recebíveis

Já a executiva Daniela Guimarães, da CERC Central de Recebíveis, mostrou aos empresários o que é a CERC, seu papel no mercado e os nichos onde atua e falou a respeito de seus fundadores e sua importância no mercado financeiro. Também explicou todo o contexto regulatório que uma instituição do mercado financeiro precisa cumprir, legislações e regras do Banco Central, como o registro obrigatório dos recebíveis.

“Na nossa cadeia de valor, realizamos uma série de processos, como avaliação, monitoramento e atualização, pontos que a gente oferece como algo a mais além do que é obrigatório, justamente para ser um serviço diferenciado”, argumentou.

Com base nos atendimentos realizados diariamente sobre este tema pelo Sindicato, a gerente administrativo financeiro, Cristina Engels Rodrigues, explicou a todos como é feito todo o processo operacional dentro da plataforma da CERC, assim como a maneira correta para a realização de cada rotina.

“Procuramos esclarecer os questionamentos de todos, incluindo as empresas que ainda não utilizam softwares de gestão para fazer seus lançamentos, dar baixas e proceder às demais atualizações dos registros”, explicou.

Ferramentas essenciais

Dois dos principais players do mercado e parceiros do SINFAC-SP, o Vadu e a RBM Software também figuraram no webinário, com seus gestores demonstrando suas ferramentas, de forma pratica.

Alexandre Malheiros, CCO do Vadu, empresa de big data para o mercado de crédito, explicou aos empreendedores como a plataforma facilita o dia a dia das análises de crédito, monitoramento do pós-crédito e prospecção de novos clientes.

Em sua apresentação, o executivo compartilhou informações sobre a ferramenta, que integra mais de 400 fontes de dados em um único local, permitindo análises mais eficientes e ágeis, além do monitoramento 24 horas da carteira e do módulo de relatório de crédito, criado para ser utilizado de forma customizável para a criação, em segundos, de um dossiê completo de clientes.

O maior foco da demonstração foi dado ao motor de crédito, que analisa dados de fontes públicas e privadas e permite a automatização de diversos processos, como análises de cedentes, sacados, nota fiscal, títulos, cadastros e limite de crédito.

“Igualmente importante para o mercado, a Central de Risco (CreditBox-SINDC) exclusiva dos segmentos de fomento comercial, é indispensável para a tomada de decisão, permitido uma melhor avaliação da capacidade de pagamento dos clientes”, ressaltou.

Da mesma forma, o sócio-diretor da RBM Software, Ricardo Barros Mendes Barros, apresentou novamente a solução desenvolvida pela sua empresa, desta vez tendo a integração com o Vadu como novidade.

“A nossa consolidação no mercado também é demonstrada pela maior quantidade de ESCs abertas utilizando o nosso sistema. Com isso, continuamos a fortalecer ainda mais a parceria com o SINFAC-SP”, enfatizou.

O gestor explicou que essa integração vai possibilitar consultas à Central de Risco pelo mercado de recebíveis, com análises sobre o cedente e o sacado, abrindo espaço para se ofertar um crédito com mais segurança”, concluiu.

Fonte: Reperkut

https://www.sinfacsp.com.br/noticia/em-maratona-de-tres-dias-especialistas-destrincham-principais-aspectos-da-esc