Economia

FIDC: Renda fixa para quem tem mais de R$ 1 milhão

Existem muitos tipos de fundos de investimentos no mercado. Embora alguns sejam mais famosos – como os fundos de ações, por exemplo – existem ainda modalidades mais específicas e voltadas para investidores qualificados. Este é o caso do Fundo de Investimento em Direitos Creditórios, conhecido como FIDC.

Este é um mercado que ganha cada vez mais destaque no país, mas muita gente ainda não conhece.

Antes de continuar, vale destacar que o investimento inicial parte de R$ 25 mil e a pessoa física ou jurídica precisa possuir mais de R$ 1 milhão em investimentos.

Se este é o seu caso, confira mais detalhes sobre FIDC e veja se é uma boa opção de renda fixa para compor a sua carteira:

O que você verá neste artigo:    

1. O que são Direitos Creditórios

2. E o FIDC?

3. Tipos de cotas

4. Renda fixa ideal para quem?

5. Vantagens e desvantagens dos FIDC

6. Importante para a economia real

7. Retomada no segundo semestre

O que são Direitos Creditórios

Primeiramente, vamos explicar o que são Direitos Creditórios. Tratam-se de créditos que uma empresa espera receber por meio de pagamentos de clientes, aluguéis, cheques, valores parcelados em cartão de crédito.

Por exemplo, imagine que um comerciante vendeu um produto com o pagamento parcelado. Agora imagine que este empreendedor vai precisar do dinheiro antes do prazo do pagamento.

Quando isso acontece, é possível converter todos estes créditos em títulos que são negociáveis. Ou seja, títulos que são vendidos a investidores por um valor mais baixo.

Assim que o pagamento do cliente for concretizado, quem vai receber o dinheiro não é mais o comerciante, e sim o investidor. No mercado financeiro, este tipo de processo é chamado de securitização.

Vale destacar que isso não é feito apenas pelo setor de comércio, mas pode ocorrer também em indústrias e outras formas de prestação de serviços.

E o FIDC?

Agora que ficou claro o que são direitos creditórios, fica mais fácil entender o que são FIDCs.

Os FIDCs são fundos que buscam retorno para os seus cotistas por meio destes direitos creditórios. Para isso, eles têm pelo menos metade do patrimônio alocado neste tipo de papel.

É importante destacar que o FIDC é um investimento de renda fixa. Ou seja, o investidor sabe previamente qual será o rendimento da aplicação na hora de investir.

Estes fundos pode ser abertos ou fechados. No primeiro caso, as cotas podem ser resgatadas a qualquer momento. No segundo, existe um prazo determinado para o resgate.

Tipos de cotas

Existem dois tipos de cotas nesta modalidade de investimento. Um tipo são as cotas seniores. Elas têm preferência no resgate dos investimentos e na amortização.

Ao mesmo tempo, as cotas subordinadas não têm esta preferência. Por isso, eles correm o risco de inadimplência, mas também pode trazer mais rentabilidade.

Em outras palavras, caso o fundo supere as expectativas, os seniores recebem o valor combinado, e os subordinados recebem mais.

Já em caso de rendimento menor que o esperado, os cotistas seniores têm garantia da sua rentabilidade, enquanto os subordinados estão expostos a riscos.

Renda fixa ideal para quem?

Os FIDCs são ideais para os investidores que gostam de renda fixa e querem ter um retorno maior que o CDI, sem abrir mão de uma boa estruturação e qualidade de crédito, de acordo com Paulo Fleury, da equipe de gestão da Valora Investimentos.

Em geral, estes fundos possuem prazos superiores a dois anos.

Por enquanto, os pequenos investidores não podem acessar este produto, mas isso pode mudar no futuro.

Isso porque existem estudos na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para permitir o acesso do pequeno investidor em certas condições e classes de ativos, segundo Carlos Fagundes, CEO da Integral Trust.

Vantagens e desvantagens dos FIDC

Entre as vantagens de investir em FIDC estão a rentabilidade e o acompanhamento feito pelas agências de risco. Ou seja, os cotistas conseguem sentir alguma segurança por contar com a avaliação destas agências.

Além, disso, os FIDCs são apontados como uma boa forma de diversificação de carteira. “Estes fundos têm carteiras muito diversificadas de diversos devedores”, destaca Luis Eduardo da Costa Carvalho, presidente da Anfidc, associação que representa esta indústria.

Por outro lado, o investimento ainda é restrito aos investidores qualificados e não é garantido pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Outro ponto fraco é a baixa liquidez destes fundos.

Importante para a economia real

Os FIDCs também são importantes na economia real. Isso porque é uma forma de empresas médias obterem crédito sem precisarem recorrer aos bancos. “A indústria de FIDCs é uma importante engrenagem no sistema de crédito brasileiro”, afirma o porta-voz da Valora. 

Além de ajudar as empresas de menor, os FIDCs também são uma ferramenta usada pelas grandes empresas para acessar o mercado de capitais sem emitir debêntures, segundo o executivo da Integral.

Retomada no segundo semestre

A captação líquida dos FIDC têm crescido ao longo dos últimos anos, mas sofreu um baque durante a crise, em linha com o mercado de capitais de forma geral.

Segundo dados da Anbima, o segmento de FIDC teve resgates líquidos de R$ 17,5 bilhões no primeiro semestre de 2020.

Já em 2019, o setor teve captação líquida positiva de R$ 61 bilhões. O volume impressiona, quando se leva em conta que a indústria de fundos multimercado captou R$ 73 bilhões no mesmo período, e os fundos de ações captaram R$ 88 bilhões naquele ano.

De acordo com os especialistas, o mercado de FIDC deve mostrar uma retomada no segundo semestre de 2020.

“O estoque de operações em andamento teve algum retardo e descontinuidade, dada a posição mais defensiva dos investidores, enquanto avaliavam melhor o cenário econômico. Porém, neste início de segundo semestre de 2020, já há sinais de retomada de novas transações”, afirma Fagundes, da Integral.

Segundo ele, o mercado não deve voltar aos níveis pré-crise ainda em 2020. Isso deve ocorrer a partir do segundo trimestre de 2021, quando o mercado estiver mais ativo.

O volume de operações de securitização também foi impactado pela crise, principalmente em abril e maio. Segundo a Anfidc, a partir de junho o volume de securitização deve chegar a 70% a 80% do volume anterior à crise.

No final de junho de 2020, o patrimônio líquido desta classe de fundos era de R$ 182 bilhões. No final do ano passado, o patrimônio estava em R$ 203 bilhões.

Ficou interessado em investir em FIDC? Um bom caminho para fazer isso é entrando em contato com seu consultor de investimentos de confiança.

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