Economia

Sebrae vê crédito aquecido para micro e pequena empresa em 2020

O volume de empréstimos para pequenos negócios teve alta de 17,1% no primeiro semestre do ano passado, em comparação com o mesmo período de 2018, segundo pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Ao todo, foram concedidos R$ 121,3 bilhões em crédito na primeira metade de 2019. A avaliação do Sebrae é que as perspectivas para este início de ano também são positivas. “O mercado de crédito deve continuar aquecido no primeiro semestre de 2020”, diz o estudo.

Dentro do segmento de pequenos negócios, as empresas de pequeno porte (EPP) foram as que mais contraíram empréstimos na metade inicial do ano passado, respondendo por 75,1% do crédito concedido no período. Na sequência, vieram as micro e pequenas empresas (MPE), com 20,6%, e os microempreendedores individuais (MEI), com 4,3%.

Em parte, essa melhora é “um fenômeno comum” em recuperações econômicas, segundo o Sebrae. Mas a instituição também destaca o papel de medidas adotadas pelo governo e pelo Banco Central (BC) nos últimos anos, como a queda da Selic, a inflação estável e a aprovação da reforma da Previdência e do cadastro positivo.

“Tudo isso contribuiu para que as expectativas em relação ao futuro da economia brasileira ficassem mais otimistas, o que estimula os agentes a investirem”, diz o presidente do Sebrae, Carlos Melles.

Apesar disso, os juros cobrados nos empréstimos para os pequenos negócios ainda seguem altos, na avaliação do Sebrae.

“As empresas de médio e grande porte absorvem cerca de 80% de todo o crédito concedido para pessoa jurídica no Sistema Financeiro Nacional, a taxas bem menores”, diz a pesquisa.

Em 2019, a taxa anual média de juros cobrada das pessoas jurídicas foi 15,7%. Para as três categorias que formam os pequenos negócios, entretanto, elas foram mais altas: 58,8% para MEI, 50,7% para MPE e 41,9% para EPP.

“A manutenção das taxas de juros em patamares elevados contrasta com as expressivas quedas nos níveis de inadimplência das carteiras de crédito para esse segmento”, afirma.

Entre 2016 e 2019, houve queda na inadimplência média nas categorias MEI (de 18,8% para 8,3%) e EPP (9,7% para 5,6%), enquanto no caso do MPE houve alta (de 7,9% para 8,4%). Ainda assim, a inadimplência nos três segmentos foi maior do que a da média das PJs, que variou de 3,1% para 2,5% no mesmo período.

https://valor.globo.com/financas/noticia/2020/02/17/sebrae-ve-credito-aquecido-para-micro-e-pequena-empresa-em-2020.ghtml