Economia

Nos EUA, fintechs se tornam mais rígidas para liberar crédito

Lara Briehl tinha um cliente desesperado e prestes a aceitar uma oferta. O homem estava com dificuldades para pagar as contas e uma instituição financeira on-line ofereceu a ele um empréstimo pessoal para quitar dívidas em dez cartões de créditos. Ele pensou que aceitar a proposta o ajudaria a se livrar das dívidas. No entanto, a taxa de juros oferecida era cerca de 10 pontos percentuais acima da praticada por seus cartões de crédito. “Eu o orientei a não aceitar”, disse Briehl, conselheira de crédito em Bremerton, em Washington, da American Financial Solutions, uma organização sem fins lucrativos que ajuda pessoas endividadas a sanar suas finanças.

Por anos, empréstimos pessoais on-line foram fáceis de encontrar nos EUA, permitindo que milhões de pessoas contraíssem crédito barato para quitar dívidas onerosas no cartão de crédito. No último ano, instituições como a LendingClub começaram a fechar a torneira, após a revolta de investidores diante de anos de perdas inesperadas. O crédito fácil deu lugar à cautela e startups de tecnologia financeira agora miram em famílias de maior renda, notas de crédito acima da média e uma proporção menor entre dívida e salário. “Nós, juntamente com outros, estamos cada vez mais exigentes”, disse Scott Sanborn, presidente da LendingClub, durante a teleconferência com investidores.

As primeiras instituições financeiras on-line, que surgiram após a crise de crédito da década passada, prometeram revolucionar o segmento ao liberar empréstimos para quem os bancos evitavam. Em vez disso, as firmas on-line estão cada vez mais parecidas com a concorrência tradicional. Os analistas que estudam o segmento não decidiram ainda se essa prudência recém-adotada reflete preocupações com os rumos da economia ou uma evolução desses modelos de negócio.

Ninguém exemplifica melhor essa tendência do que a LendingClub, a líder em empréstimos pela internet. Fundada em 2006, a empresa começou como uma plataforma que juntava gente em busca de crédito com pessoas físicas dispostas a fornecer empréstimo. Sem custos com filiais ou agentes, as plataformas ofereciam a promessa de empréstimos mais baratos.

Instituições como a LendingClub se promoviam argumentando que julgavam melhor os riscos, usando dados de todo tipo para oferecer aos clientes as menores taxas possíveis.

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