Fomento

Empresa Simples de Crédito já tem mais de 350 firmas em cinco meses

Em cinco meses, foram criadas mais de 350 Empresas Simples de Crédito (ESC) no país, uma média de duas a cada dia, superando as expectativas para este ano. O balanço apresentado pelo Sebrae mostra que apenas dois estados (Acre e Rondônia) ainda não possuem esse novo modelo de negócio, que possibilita aos donos de micro e pequenas empresas obter crédito com juros mais baixos e sem burocracia.

A lei que criou a ESC, sancionada no dia 24 de abril, foi uma ação coordenada pela Frente Parlamentar Mista das MPEs, com o apoio do Sebrae, e deve injetar cerca de R$ 20 bilhões por ano nos pequenos negócios e na economia do país. São Paulo, onde foi criada a primeira empresa dessa natureza, lidera o ranking com 121 ESCs em operação.

Paraná vem na segunda colocação com mais Empresas Simples de Crédito criadas (28), seguido de Minas Gerais (26), Santa Catarina (25) e Rio Grande do Sul (23). O balanço mostra que o capital total de todas as ESC no Brasil é de R$ 168 milhões, sendo o menor de R$ 4 mil e o maior de R$ 10 milhões.

De acordo com o levantamento, o aporte mais frequente é de R$ 100 mil. A expectativa do Sebrae era de que o número de empresas chagaria a 300 até o fim de 2019. Mas elas já somam 353 empresas abertas, a três meses do fim do ano. A meta do Sebrae, governo e outros parceiros que contribuíram com a criação da ESC é chegar a mil empresas, até 2020.

“Assim como a criação do Microempreendedor Individual (MEI), do Simples Nacional, a Empresa Simples de Crédito foi uma das grandes vitórias dos pequenos negócios, que agora têm um acesso mais fácil ao crédito, sem a burocracia das instituições financeiras e os juros altos”, ressalta o presidente do Sebrae, Carlos Melles. “Além disso, o dinheiro circula no próprio município, na comunidade, o que faz com que a economia local se movimente”, acrescenta Melles, ressaltando que, se uma pessoa tem dinheiro para aplicar, é mais fácil fazer isso no empreendedorismo, o que vai garantir a geração de mais empregos.

Conforme pesquisa do Sebrae realizada em 2018, só 14% dos pequenos negócios tomaram novos empréstimos em bancos. O levantamento também mostrou que 62% das micro e pequenas empresas têm aversão a esse tipo de operação e 61% avaliam que o serviço é ruim ou muito ruim, sendo a pior avaliação dos últimos seis anos.

A principal dificuldade para 47% dos entrevistados pela pesquisa é a taxa de juros muito alta, o que levou 54% das MPE a negociar prazos maiores de pagamentos com fornecedores, adotar o cheque pré-datado, cheque especial ou recorrer ao cartão de crédito.

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