Economia

Concessões de empréstimos às empresas são reativadas

O volume em concessões de crédito para pessoas jurídicas cresceu 16,2% em agosto de 2018 e atingiu R$ 142,5 bilhões, ante R$ 122,6 bilhões em igual mês do ano passado. Em termos de saldo, o crédito às empresas subiu 0,9% no mês, para R$ 1,434 trilhão.
Em números gerais, somando as categorias de pessoas jurídicas e físicas, o saldo total avançou 1% em agosto para R$ 3,155 trilhões, o equivalente a 46,7% do Produto Interno Bruto (PIB), retomando o patamar de maio passado, quando a economia sofreu com a paralisação dos caminhoneiros no País.

“Esse aumento de 0,9%, 1% no saldo é um crescimento forte. A concessão está ascendente e é de crédito produtivo”, disse o economista da Saint Paul Escola de Negócios, Mauricio Godoi.

Ao analisar o boletim de crédito do Banco Central (BC) divulgado ontem, o economista notou que as empresas estão tomando recursos com juros mais baratos em linhas com garantias aos bancos. “Diferente de 2016 e 2017, quando havia uma maior dificuldade, as empresas têm recebíveis e estão se financiando mais”, observou.

De fato, pelos dados, houve aumento de concessões em linhas como: descontos de duplicatas e recebíveis (+5,9% no mês, e 40,2% em 12 meses); e antecipação de faturas de cartões (+6,9% no mês e 99,1% em 12 meses).

“A economia está crescendo entre 1% e 1,5% no ano, e começa a movimentar o crédito. Os juros devem ser reduzidos, mas a inadimplência está estável, ainda num patamar elevado e com bastante risco”, pondera Godoi.

Nas contratações com empresas, ocorreram, de julho para agosto, reduções de taxas de juros em diversas modalidades, destacando-se capital de giro (-0,3 ponto percentual) e antecipação de faturas (-0,7 ponto percentual).

Na comparação de agosto de 2018 com agosto de 2017, nota-se a queda de juros nas linhas: desconto de duplicatas e recebíveis (de 23,9% para 18,1%); antecipação de faturas de cartões (de 23,4% para 19,7%); e em capital de giro (de 20,5% para 18%).

A inadimplência das empresas está em 2,5% e os atrasos das pessoas físicas em 3,5%, segundo os números gerais do BC. “Os bancos estão escolhendo os clientes para dar crédito”, diz o economista.

Na opinião dele, uma elevação mais sustentável do crédito na economia brasileira dependerá do resultado das eleições. Em outras palavras, as empresas precisam de confiança para tomarem mais recursos no sistema financeiro.

Em visão semelhante, o coordenador dos cursos de graduação de administração, gestão financeira da Faculdade Fipecafi, Estevão Garcia de Oliveira Alexandre, também diz que as “indefinições eleitorais” travam uma retomada mais consistente do crédito.

Cheque especial

Mas por um ângulo mais positivo, Estevão Alexandre observa clientes pessoas físicas recorrendo menos ao cheque especial e ao rotativo do cartão de crédito. “É uma utilização consciente, com preferência pelo consignado”, destacou.

As concessões no cheque especial recuaram 1,1% para R$ 30,6 bilhões em agosto na comparação com julho, ao passo, que a concessões em consignados aumentaram 9,3% para R$ 17,92 bilhões.

http://www.sinfacsp.com.br/noticia/concessoes-de-emprestimos-as-empresas-sao-reativadas-dci