Economia

Caixa limita crédito por redução de capital


 
A carteira de crédito da Caixa retraiu R$ 15 bilhões no primeiro trimestre deste ano em relação a igual período de 2017. O movimento faz parte de uma estratégia de contenção de gastos, adequação de ativos, redução de captação e maior receita com tarifas.

O saldo da carteira saiu de R$ 715 bilhões para R$ 700 bilhões, um recuo de 2,1%. Em relação às contratações, a queda foi ainda maior, chegando a cair 15,3% na mesma comparação, de R$ 95 bilhões para R$ 80 bilhões.

De acordo com o vice-presidente de finanças e controladoria da Caixa, Arno Meyer, as mudanças vem para tentar “pulverizar o crédito”, procurando ativos com menor exigência de capital.

“Queremos ser rentáveis porque bancos públicos precisam andar com as próprias pernas. O ajuste de crédito vem para fazer frente à redução de capital que nós temos, principalmente em pessoas jurídicas”, explica Meyer, reforçando o foco da instituição em habitação e infraestrutura.

“Esse ajuste tem um custo, essa é a carteira mais rentável que temos. No caso de habitação, nós privilegiamos os recursos do FGTS e esse continua sendo o nosso core business”, completa o executivo.

No saldo da carteira da Caixa, a única categoria que teve alta foi habitação, que avançou 4,9% no primeiro trimestre deste ano ante o mesmo intervalo de 2017, de R$ 413 bilhões para R$ 433 bilhões.

O aumento foi puxado pelos empréstimos com recursos do fundo de garantia, que subiu 14,8% na mesma relação, de R$ 212 bilhões para R$ 243 bilhões. Nos financiamentos com recursos da poupança, a retração foi de 5,5%, de R$ 201 bilhões para R$ 190 bilhões.

A carteira comercial do banco, por sua vez, caiu 17,8% na comparação, de R$ 190 bilhões para R$ 156 bilhões. Para pessoas físicas, o recuo foi de 11,5% (de R$ 103 bilhões para R$ 91 bilhões), enquanto para empresas, a queda foi de 25,2%, de R$ 87 bilhões para um total de R$ 65 bilhões.

“Se restringimos esse crédito é porque as circunstâncias pedem. A ideia é crescer de forma sustentável no tempo, por isso 2017 e 2018 são anos de ajuste”, conclui Meyer.

Outras medidas

O vice-presidente da Caixa lembra ainda que a estratégia conta ainda com a redução de despesas administrativas, redução de captação e maior receita com tarifas e serviços.

“Reduzimos algumas captações que forem vencendo que são mais caras e de prazos mais longos, como letras financeiras, e isso já compensou a queda com crédito, por exemplo”, afirma Meyer.

As letras e os certificados de depósito bancário (CDBs) caíram 20,7% e 26,3%, para R$ 117 bilhões e R$ 107 bilhões, respectivamente. As receitas com serviços e tarifas avançaram 6,2%, para R$ 6,4 bilhões.

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