Economia

Operações de crédito do sistema financeiro caem em fevereiro

O saldo das operações de crédito do sistema financeiro atingiu R$3.062 bilhões em fevereiro (-0,2% no mês e -0,3% em doze meses), segundo dados do Banco Central (BC). As operações com pessoas jurídicas, saldo de R$1.404 bilhões, decresceram 0,4% no mês, enquanto a carteira de pessoas físicas recuou 0,1%, totalizando R$1.658 bilhões. A relação crédito/PIB declinou 0,2 p.p, para 46,4%, ante 48,6% em fevereiro de 2017.

Por outro lado, o custo médio das operações de crédito ativas, referente ao Indicador de Custo do Crédito (ICC), alcançou 21,7% a.a. (+0,2 p.p no mês e -1,4 p.p em doze meses). Nas operações com recursos livres, o indicador situou-se em 35,2% a.a. (+0,4 p.p. e -4,0 p.p., respectivamente), enquanto no crédito com recursos direcionados se manteve em 8,9% a.a.

O spread do ICC, que corresponde à diferença entre o ICC e o custo de captação médio das operações ativas na carteira de crédito, alcançou 14,5 p.p. (+0,2 p.p. no mês e -0,4 p.p. em doze meses), situando-se em 26,3 p.p. no crédito livre (+0,5 p.p. e -1,8 p.p, nos mesmos períodos) e permanecendo em 3,5 p.p. no crédito direcionado.

A taxa média geral de juros do crédito do sistema financeiro, que se refere às contratações do mês, situou-se em 26,9% a.a. em fevereiro (+0,7 p.p. no mês e -5,3 p.p. em doze meses). O custo médio atingiu 42,2% a.a. no crédito livre (+1,1 p.p. no mês) e 9,7% a.a. no direcionado (+0.2 p.p. no mês).

Nas operações com pessoas físicas, a taxa situou-se em 33,3% a.a. (+1,0 p.p. no mês, -8,3 p.p. em doze meses). No crédito livre, aumento de 1,9 p.p. no mês, para 57,7% a.a. (crédito pessoal não consignado: +3,1 p.p.; cartão rotativo não regular: +10,1 p.p.). No crédito direcionado, a taxa se manteve em 8,2% a.a.

Nas contratações com pessoas jurídicas, a taxa média atingiu 17,9% a.a. (+0,3 p.p. no mês e -2,5 p.p. em doze meses). No segmento livre, redução de 0,1 p.p. no mês, para 22,2% a.a. (desconto de duplicatas e recebíveis: -1,0 p.p.; capital de giro: -0,1 p.p.). No crédito direcionado, a taxa situou-se em 12,2% a.a. (+0,5 p.p.), refletindo aumento de 0,8 p.p. no custo dos financiamentos para investimentos do BNDES.

O spread médio das operações contratadas no mês situou-se em 20,4 p.p. (+0,7 p.p. no mês e -3,5 p.p. em doze meses), alcançando 34,1 p.p. no crédito livre (+1,2 p.p. no mês) e 5,1 p.p. no direcionado (+0,3 p.p.). O indicador aumentou 1,2 p.p. nas contratações realizadas com as famílias, para 27,1 p.p., e 0,3 p.p. nas concessões às empresas, para 11,1 p.p.

A taxa de inadimplência das operações de crédito do sistema financeiro, correspondente à participação dos saldos com atrasos superiores a noventa dias, manteve-se estável em ambos os segmentos de tomadores (3,7% para famílias e 3,1% para empresas), atingindo o nível de 3,4% na carteira total. O indicador atingiu 5,0% no crédito livre (-0,1 p.p. mês) e 1,8% no direcionado (+0,1 p.p.).

A média dos saldos diários da base monetária situou-se em R$268,7 bilhões em fevereiro (recuo de 3% no mês e avanço de 6,8% em doze meses). A variação mensal resultou das reduções de 9,8% nas reservas bancárias e de 1,8% no papel-moeda emitido.

Entre os fatores condicionantes da evolução mensal da base monetária, as operações com títulos públicos federais exerceram impacto contracionista de R$14,9 bilhões (compras líquidas de R$14 bilhões no mercado secundário e colocações líquidas de R$28,9 bilhões no mercado primário), e as operações do Tesouro Nacional, de R$8,6 bilhões. Em contrapartida, as recompras a termo de divisas no mercado interbancário e os depósitos de instituições financeiras (variações nos saldos dos recolhimentos compulsórios) provocaram expansões de R$10,1 bilhões e R$3,1 bilhões, respectivamente.

(Redação – Investimentos e Notícias)

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