Economia

Lafis: Estabilidade da inadimplência no crédito

SÃO PAULO, 30 de novembro de 2017 /PRNewswire/ -- No último dia 24 de novembro o Banco Central do Brasil anunciou o saldo total das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional referente ao mês de outubro, atingindo R$ 3.052 bilhões. Este resultado indica uma variação positiva e igual a 0,1% quando comparado ao mês anterior, porém uma variação de -1,4% no acumulado em 12 meses (no mês anterior, estabilidade e redução de 2%, respectivamente). Destacaram-se as operações com pessoas físicas, saldo de R$ 1.627 bilhões (0,7% no mês e 5,6% em doze meses). Já as operações com pessoas jurídicas apresentaram um saldo de R$ 1.425 bilhões, o que representa uma redução de 0,5% em relação a setembro deste ano, e de 8,3% no acumulado em 12 meses. A relação crédito/PIB alcançou 46,9%, ante 47% em setembro e 49,9% em outubro de 2016.

A carteira com recursos livres totalizou R$ 1.537 bilhões – um crescimento de 0,5% no mês e queda de 0,4% em doze meses. Em outubro, o crédito às famílias aumentou 1,1%, passando para R$ 837 bilhões, com destaque para cartão de crédito à vista (2,8%) e consignado (0,6%). Em sentido inverso, a carteira das pessoas jurídicas registrou declínio de 0,3%, totalizando R$ 700 bilhões, com reduções de 6,1% em desconto de duplicatas e recebíveis e 0,6% no capital de giro.

Já a taxa de inadimplência da carteira de crédito do sistema financeiro, referente a atrasos superiores a noventa dias, alcançou 3,6%, revelando estabilidade em outubro e redução de 0,3 p.p. no período de doze meses. No segmento de famílias, o nível de atrasos manteve-se em 3,9%, pelo quarto mês consecutivo, enquanto no de empresas, aumento de 0,1 p.p., para 3,4% em outubro.

Neste sentido, considerando as informações do último Relatório de Política Monetária e Operações de Crédito do SFN divulgado pelo Banco Central, a Lafis considera que nos últimos relatórios do mercado de crédito, a reversão da tendência de aumento da inadimplência na carteira PJ foi mantida, apesar do pequeno crescimento no mês de outubro. No entanto, como pôde ser visto, o mercado de crédito ainda apresenta resistência ao crescimento, sobretudo no crédito voltado para as empresas.

Tendência: considerando o contexto macroeconômico analisado pela Lafis, com queda na taxa de juros real e a melhora no poder de compra, fatos que permitem as famílias e empresas vislumbrarem reflexos positivos no nível de emprego, a perspectiva para o final do ano é de recuperação gradual da economia. Além disso, os resultados para o primeiro semestre deste ano, divulgados pelo Banco Central do Brasil, destacaram que tal recuperação será lentamente percebida na redução do risco de crédito às famílias, ainda que o crédito às grandes corporações siga enfrentando os desafios. Além disso, a tendência de manutenção da redução da taxa básica de juros deve beneficiar a margem de crédito, e gradualmente aumentar a importância da retomada do crescimento do crédito na melhora do resultado de intermediação financeira dos bancos, sobretudo no cenário de redução dos spreads, como vem sendo observado nos últimos meses.

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