Economia

Faturamento da indústria cai 0,6% em abril; emprego recua 0,5%

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) reportou nesta 6ª feira (3.jun.2022) a queda de 0,6% na atividade industrial em abril de 2022 em comparação com o mês anterior. A entidade responsabilizou a escassez e a alta nos preços de insumos, somada à queda na demanda devido à inflação. Eis a íntegra do relatório (572 KB). 

O levantamento da confederação das indústrias considera 6 indicadores: faturamento, emprego, horas trabalhadas, massa salarial, rendimento médio dos trabalhadores e utilização da capacidade instalada. Desses, o rendimento médio foi o único indicador que registrou alta, com crescimento de 0,1% em abril ante março de 2022. 

Leia como os indicadores industriais se comportaram em abril: 

- FATURAMENTO – o faturamento real da indústria de transformação caiu 0,6% em abril, revertendo a alta de 0,7% registrada no mês anterior. Na comparação com abril de 2021, a queda do faturamento é de 5,8%; 

- EMPREGO – registrou baixa de 0,5% em abril deste ano na comparação com março. “A queda de abril ocorre após série de altas consecutivas ao longo da 2ª metade de 2020 e 2021”, citou a CNI no relatório. Na comparação com abril de 2021, o crescimento foi de 1,6%; 

- HORAS TRABALHADAS – a queda nas horas trabalhadas na produção industrial foi de 2,2% em abril ante março de 2022. O indicador vinha de 4 meses consecutivos de alta. Em comparação com abril de 2021, a baixa foi de 0,2%; 

- MASSA SALARIAL – a massa salarial real da indústria de transformação caiu 0,5% em abril de 2022, depois de 5 meses consecutivos de crescimento ou estabilidade. Na comparação com abril de 2021, cresceu 0,2%; 

- RENDIMENTO MÉDIO – o único indicador que teve alta em abril ante março foi o rendimento médio dos trabalhadores da indústria, com crescimento de 0,1%. Esse foi o 6º mês consecutivo de alta ou estabilidade. Apesar disso, em relação a abril de 2021, o recuo foi de 1,2%; 

- UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA – índice caiu 0,1% em março ante abril de 2022, para 80,9%. Depois de registrar queda no 2º semestre de 2021, neste ano, o cenário é estável. Na comparação com abril do ano passado, o indicador também apresenta estabilidade.

Em nota, o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, disse que, diante da inflação, a economia brasileira precisa de estímulos para voltar a atrair investimentos e para a indústria voltar a crescer. 

“São quedas que revertem pequenos ganhos ocorridos no 1º trimestre. Em um cenário de inflação persistente e juros altos é difícil prever desempenho muito positivo, sobretudo sustentado, nos próximos meses”, disse Azevedo. “A economia brasileira precisa de uma alavanca para atrair investimentos e voltar a crescer, que deveria ser a reforma tributária, mas todos os esforços nesse sentido têm sido frustrados”. 

Segundo a CNI, os resultados de abril indicam a “perda de dinamismo” da indústria brasileira. Além da escassez e a alta nos preços de insumos e da queda de demanda pela inflação, a confederação também cita a alta da taxa de juros como agravantes do cenário industrial no país. 

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