Economia

Tokenização chega ao mercado de capitais com emissão de debênture e FIDC

O processo de tokenização chegou ao mercado regulado de capital oficialmente, hoje, com uma emissão de debêntures e de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC). Os lançamentos marcaram o início das operações da plataforma de negociação regulada de ativos tokenizados Vórtx QR, a primeira regulada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

As debêntures tokenizadas foram emitidas pela Salinas Participações, com coordenação do Itaú BBA, com volume de R$ 74 milhões, representados por 74.000 tokens de R$ 1 mil.

A outra emissão foi de cotas tokenizadas do QR Rispar Crédito Cripto, fundo de direitos creditórios, lançado pela QR Asset, que investe em Cédulas de Crédito Bancário (CCBs) garantidas por bitcoin. A captação foi de R$ 8 milhões, representados por 8.000 tokens de R$ 1 mil a unidade. Ambas as ofertas foram voltadas para investidores qualificados e profissionais.

O início da operação da tokenizadora se dá no âmbito do sandbox da CVM, uma espécie de laboratório de inovação, no qual novos modelos de atuação são desenvolvidos, testados, implementados e acompanhados pela autarquia. A Vórtx QR tem um mandato de dois anos, no qual caberá 12 emissões de ativos tokenizados, sendo as duas primeiras estreantes hoje.

A proposta da plataforma é proporcionar infraestrutura para levar a experiência do blockchain para o mercado de capitais, no ambiente regulado, elevando o mercado de balcão a um novo patamar. Segundo representantes das empresas, o conceito e a tecnologia do blockchain transforma o processo de escrituração de ativos como se conhece até o momento, principalmente quanto à confiança (fé pública), imutabilidade e descentralização.

A blockchain escolhida, e aprovada pela CVM, para suportar o projeto foi a Hathor Network, desenvolvida por engenheiros brasileiros. A rede tem como diferencial o alto poder de escalabilidade, capacidade para processar 200 transações por segundo, tendo usabilidade e descentralização como proposta desde sua criação.

A Parfin entra no negócio para oferecer segurança para a custódia dos valores mobiliários digitais, a partir de sua tecnologia MPC (Multiparty Computation).

https://valorinveste.globo.com/mercados/cripto/noticia/2022/06/01/tokenizacao-chega-ao-mercado-de-capitais-com-emissao-de-debenture-e-fidc.ghtml