Economia

Inadimplência atingiu 6,1 milhões de empresas em abril

O Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian revelou que, em abril, o número de inadimplentes registrados foi de 6,1 milhões no país. De acordo com os dados do índice, o setor de serviços foi o mais afetado, com 52,5% do total. As empresas da área de comércio equivalem a 38,3%, as indústrias a 7,9%, e o setor primário corresponde a apenas 0,9%.

Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, o alto nível de inadimplência no Brasil é uma movimentação que deve continuar sendo observada ao longo do ano.

“Enquanto a instabilidade econômica perdurar, os empreendedores continuarão encontrando dificuldades para sair do vermelho, já que precisam lidar com o encarecimento dos insumos e do crédito. Outro fator que potencializa esse cenário desafiador é o abalo da confiança financeira do consumidor, que segue mantendo o consumo por necessidade como principal critério para fechar as contas no fim do mês”.

As MPEs representam a maior parcela de empresas negativadas no país em abril deste ano (5.518.707). Frente ao mesmo mês de 2021, houve um aumento de 0,7% impulsionado pelo setor de serviços, que cresceu 2,8%, enquanto os segmentos de comércio e indústrias marcaram quedas de 1,3% e 1,6%, respectivamente.

“As empresas de portes menores têm sofrido mais financeiramente, pois possuem um fluxo de caixa naturalmente ameno e, com isso, mesmo com as linhas de crédito facilitadas pelo Pronampe, levam mais tempo para se recuperar economicamente”, explica Rabi.

Em abril, a Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 1.890/20, de autoria do deputado Charlles Evangelista (PSL-MG), que reabre o Programa Especial de Regularização Tributária (Pert). Esse projeto permite que pessoas físicas e jurídicas possam aderir ao parcelamento de dívidas tributárias, contando com prazos estendidos de pagamento.

O PL que está em tramitação no Plenário, deve incluir débitos vencidos até o dia 30 de julho de 2021.

Eduarda Prada Radtke, advogada tributarista do escritório Flávio Pinheiro Neto Advogados, comenta sobre a importância do Governo Federal ter reconhecido os efeitos que a crise trouxe para o país e principalmente para a cadeia produtiva.

“Proporcionar aos cidadãos – pessoa física e jurídica – essa renegociação é essencial, especialmente neste momento de retomada econômica. É importante que agora haja essa prorrogação e negociações de débitos. Esse projeto serve para beneficiar ambos os lados e vai auxiliar na organização financeira de muitos negócios”, avalia.

Ela reforça que, neste momento, é importante que as empresas analisem, através de um planejamento tributário eficiente, essa possibilidade de negociação e, com apoio especializado, aproveitem a possibilidade de renegociação.

“O prazo estendido da renegociação não onera a empresa quando incluída no orçamento e é uma opção prática para deixar a empresa em conformidade com a Receita Federal”, reforça.

Entre as condições previstas no programa estão seis modalidades de parcelamento para pessoas jurídicas, que serão feitas a partir da escala de redução do faturamento durante a pandemia e duas para pessoas físicas que tiveram queda na renda mensal. Os contribuintes poderão parcelar os valores em até 144 meses, com exceção da dívida previdenciária, que será paga em 60 meses.

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