Economia

Confiança de micro e pequenas empresas sobe pela terceira vez seguida, diz Sebrae

A satisfação dos donos de micro e pequenas empresas avançou pelo terceiro mês consecutivo em 2022. Em abril, a alta do índice de confiança deste grupo foi de 4,7 pontos, influenciada pela recuperação da situação atual dos negócios e pelas expectativas de curto prazo dos empresários.

O resultado alavancou em 1,6 ponto o acumulado quadrimestral, que está em 93,2. O ponto de neutralidade é de 100, e variações a partir dele indicam tendências.

Produzido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice de Confiança de Micro e Pequenas Empresas (IC-MPE) aponta ainda que o setor de serviços foi o que mais puxou a elevação do indicador e acrescentou 6,9 pontos, enquanto a confiança do comércio caiu 1,2 ponto.

O levantamento também leva em consideração os pequenos negócios da indústria de transformação, que registraram recuperação pelo segundo mês consecutivo e subiram 4,3 pontos.

Entre os fatores que contribuem com o otimismo, o presidente do Sebrae, Carlos Melles aponta o controle da pandemia, a maior circulação das pessoas, o anúncio da liberação de novo saque do FGTS e a antecipação do 13º salário de aposentados e pensionistas, mas ressalta que o cenário macroeconômico ainda exige atenção:

“Existem incertezas no curto prazo, escassez de insumos, que podem piorar com o problema geopolítico entre a Rússia e a Ucrânia, alta da taxa de juros e inflação, componentes que reduzem poder de compra da população e limitam o crescimento e desenvolvimento das micro e pequenas empresas”, disse.

O conflito entre Rússia e Ucrânia impactou de forma positiva a confiança dos empresários do ramo de fertilizantes. O grupo foi beneficiado pela dificuldade de importação, o que fez com que a demanda fosse redirecionada ao mercado doméstico e a levou a indústria a computar ganhos. A única exceção neste panorama foi a região Sul, onde o cenário se manteve estável.

O setor de serviços voltou a se recuperar apesar da variante Ômicron ter interrompido a sequência de retomada do início do ano. Uma das explicações, segundo a pesquisa, é a demanda de serviços prestados às famílias, na qual há um predomínio de empresas menores. No Sudeste e Nordeste, o Carnaval fora de época também contribuiu para o bom desempenho.

Já no comércio, o cenário de inflação e juros elevados provocou piora das expectativas do setor, o único em que a confiança caiu. As regiões Norte e Centro-Oeste foram as responsáveis pela queda do componente.

*Sob supervisão de Stéfano Salles

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