Economia

Empresas brasileiras captaram R$ 498,2 bilhões em 2019, diz Anbima

O volume de ofertas de valores mobiliários das empresas brasileiras nos mercados doméstico e externo no ano passado atingiu o maior valor da série histórica da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Foram R$ 498,2 bilhões captados em 2019, o que representa um salto de 65,7% ante os R$ 300,6 bilhões de 2018.

As operações com renda fixa e híbridos no mercado doméstico atingiram R$ 305,9 bilhões, ante R$ 237,4 bilhões em 2018. As emissões de debêntures mantiveram o perfil de crescimento anual que vem ocorrendo desde 2017, com aumento do volume emitido, de R$ 153,7 bilhões em 2018 para R$ 173,6 bilhões.

As ofertas públicas de debêntures tiveram participação predominante dos investidores institucionais com 53,8% e elevação do prazo médio de colocação, de 5,9 anos para 6,5 anos. A parcela de debêntures emitida em 2019 caiu em relação ao ano anterior, de 61,8% para 43,8%, queda explicada pelo aumento relativo das operações com ações, conforme a Anbima.

No caso da renda variável local, o total alcançou o recorde de R$ 90,2 bilhões, superando os R$ 75,5 bilhões do pico anterior, em 2007.

No mercado de renda variável, as ofertas subsequentes de ações (follow-ons) tiveram uma expansão exponencial, de 1.500% frente ao visto no período anterior. Os follow-ons saíram de R$ 4,5 bilhões em 2018 para R$ 79,9 bilhões no ano passado. Em termos de número de operações, as ofertas subsequentes saltaram de 3 para 37 negócios.

Já no caso das ofertas iniciais de ações (IPOs), as operações passaram de R$ 6,8 bilhões para R$ 10,2 bilhões, um aumento de 51,7%. O número de operações aumentou de três IPOs em 2018 para cinco no ano passado.

Os R$ 396,1 bilhões alcançados em 2019 no Brasil, entre emissões de dívida, de ações e instrumentos híbridos, superam em 59,3% o obtido em 2018, de R$ 248,5 bilhões.

Já no mercado externo as operações de renda fixa e variável totalizaram US$ 25,4 bilhões (R$ 102,13 bilhões) contra US$ 15,4 bilhões (R$ 61,93 bilhões) de 2018. Deste total, 95% foram com títulos de dívida e o restante em operações com renda variável. O resultado do ano passado ultrapassa em 65% o do período anterior.

Segundo a Anbima, os ativos de renda fixa reduziram sua participação no total emitido, de 89,1% para 68,2%. Já as operações com ações subiram de 4,5% para 22,8% da captação doméstica pelas empresas em 2019.

Um destaque entre as categorias foi o crescimento dos fundos de investimentos imobiliários que registraram elevação de 6,3% para 9,0% na participação do volume emitido no ano passado. Em termos financeiros, o valor captado foi recorde da série histórica com um total de R$ 35,77 bilhões. O montante equivale a mais que o dobro ou 127,7% de crescimento sobre o resultado do segmento em 2018.

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