Apesar de outros 42% terem conta tanto em fintechs quanto em grandes bancos, é no grandão que ele tem mais dinheiro guardado e/ou concentra a maior parte dos serviços financeiros. Somente 6% tem conta apenas em fintechs, dado que mostra que a migração total para um banco digital ainda está longe de acontecer.
"Os resultados do estudo demonstraram que o que o usuário mais preza em uma conta bancária é a possibilidade de fazer tudo 100% online, e as fintechs ainda enfrentam dificuldades no processo de 'onboarding' (os primeiros passos na interação com o cliente), que ainda não é totalmente digital e tem muita fricção, apesar de todos os avanços", comenta Pietro Bonfiglioli, cofundador da Fisher Venture Builder.
Os resultados demonstram que 43% dos entrevistados estão dispostos a migrar para outro banco e, desse total, 44% mudaria para uma fintech. Outros 52% responderam que tanto faz e apenas 4% declararam que escolheria um banco tradicional. A disposição de mudar é ainda maior entre os mais jovens.
Também são os mais novos (entre 24 e 34 anos) que têm sua principal conta em um banco digital. Dos pesquisados entre 25 e 34 anos, são 44% os que concentram sua conta principal em uma fintech.
Outro ponto relevante indicado no levantamento é que o grau de interesse em mudar de conta é o mesmo tanto para clientes de bancos digitais como de tradicionais: 40% dos que têm a conta principal em fintech e 44% dos que têm a principal conta em bancos tradicionais mudariam de instituição para ter serviços melhores.
"Quando somamos essa disposição a testar novos produtos e em mudar de bancos, vai sobreviver a empresa ou startup que atender às demandas do cliente, que não é mais tão fiel à instituição e à marca e está sempre em busca de novos benefícios. Criar uma outra conta, migrar para outro banco tem sido processos cada vez mais ágeis e simples: basta instalar outro aplicativo", diz Bonfiglioli.
Um ponto a favor das fintechs é a experiência de uso do aplicativo, site ou do processo de compra. Segundo a pesquisa da Fisher, apesar de ainda terem gargalos de entrega de bom serviço, a satisfação dos clientes de fintechs é maior do que a dos grandes bancos.
Quando perguntadas sobre o quão satisfeitas as pessoas estavam com suas contas, sendo 0 nada satisfeitas e 10 totalmente satisfeitas, as fintechs levaram uma nota média de 8,9 contra 7,3 dos bancões.
O que mais o cliente valoriza? A possibilidade de fazer tudo online está no topo das prioridades (64%), seguida pela facilidade para executar operações (44%) e pela confiabilidade e segurança transmitida pela instituição (44%).
"Um ponto que surpreendeu foi a quantidade de pessoas usando seus celulares para acessar suas contas bancárias - isso era impensável há alguns poucos anos, havia muita insegurança em inserir seus dados nesses dispositivos. Esse cenário mudou. E também o fato de quase metade ter respondido ter conta em fintech, ainda que também tenha conta em bancos tradicionais: foram mudanças muito rápidas, e a desconfiança e as barreiras estão diminuindo", comenta ainda Bonfiglioli.