Economia

Brasil tem o custo de crédito mais caro em um ranking com 63 países

Um estudo com 63 países divulgado nesta terça-feira (28) aponta que o Brasil tem o pior custo de crédito entre eles - ou seja, é o país mais caro para empresas que precisam de dinheiro emprestado. O dado faz parte do Anuário de Competitividade Mundial, elaborado pela escola suíça IMD.

No ranking que avalia o spread da taxa de juros, o Brasil ficou na última colocação. Spread é a diferença entre os juros que os bancos pagam para tomar dinheiro emprestado e o que cobram para emprestar. Segundo o levantamento, no Brasil essa diferença é de 32%, em média - bem acima da média dos outros países pesquisados, de 3,8%.

O levantamento avalia anualmente as condições de competitividade das economias dos países. Em 2019, o Brasil ganhou 1 posição, puxado pelo aumento dos investimentos estrangeiros - de US$ 70 bilhões em 2017 para US$ 88 bilhões em 2018. No entanto, o país ainda permanece bem abaixo na tabela, com o 59º lugar entre os 63 países. O país perde apenas da Croácia, Argentina, Mongólia e Venezuela.
 

Ranking de competitividade

Posição em 2019                  País Posição em 2018 Mudança
1 Singapura 3 +2
2 Hong Kong 2 0
3 EUA 1 -2
4 Suíça 5 +1
5 Emirados Árabes Unidos 7 +2
6 Holanda 4 -2
7 Irlanda 12 +5
8 Dinamarca 6 -2
9 Suécia 9 0
10 Qatar 14 +4
11 Noruega 8 -3
12 Luxemburgo 11 -1
13 Canadá 10 -3
14 China 13 -1
15 Finlândia 16 +1
16 Taiwan, China 17 +1
17 Alemanha 15 -2
18 Austrália 19 +1
19 Áustria 18 -1
20 Islândia 24 +4
21 Nova Zelândia 23 +2
22 Malásia 22 0
23 Reino Unido 20 -3
24 Israel 21 -3
25 Tailândia 30 +5
26 Arábia Saudita 39 +13
27 Bélgica 26 -1
28 Coreia 27 -1
29 Lituânia 32 +3
30 Japão 25 -5
31 França 28 -3
32 Indonésia 43 +11
33 República Tcheca 29 -4
34 Casaquistão 38 +4
35 Estônia 31 -4
36 Espanha 36 0
37 Eslovênia 37 0
38 Polônia 34 -4
39 Portugal 33 -6
40 Letônia 40 0
41 Chipre 41 0
42 Chile 35 -7
43 Índia 44 +1
44 Itália 42 -2
45 Rússia 45 0
46 Filipinas 50 +4
47 Hungria 47 0
48 Bulgária 48 0
49 Romênia 49 0
50 México 51 +1
51 Turquia 46 -5
52 Colômbia 58 +6
53 Eslováquia 55 +2
54 Ucrânia 59 +5
55 Peru 54 -1
56 África do Sul 53 -3
57 Jordânia 52 -5
58 Grécia 57 -1
59 Brasil 60 +1
60 Croácia 61 +1
61 Argentina 56 -5
62 Mongólia 62 0
63 Venezuela 63 0

Fonte: IMD

Além do custo alto do crédito, outros fatores seguem puxando a colocação do Brasil para baixo, segundo os responsáveis pelo estudo. Muitos deles têm a ver com o relacionamento do setor público com o setor privado. Ainda considerando os 63 países, o Brasil ficou com a 62ª posição nas listas que avaliam compliance dos contratos públicos, burocracia, equidade de oportunidades e balanço das contas governamentais.

"Em termos de América Latina, Brasil e Argentina ficaram entre os cinco últimos do ranking, enquanto o país mais bem classificado desta região, o Chile, sofreu a maior queda neste ano, da 7ª para a 42ª posição", comentou em nota Arturo Bris, diretor do estudo.

"O alto nível de desemprego puxa para baixo os indicadores de desenvolvimento econômico”, disse Carlos Arruda, coordenador do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral, que participou da pesquisa, e coordenador do estudo no Brasil.

"O fator crítico para a competitividade nacional continua sendo a baixa eficiência do governo, (com o Brasil na 62ª posição), pois todos os seus subfatores - finanças públicas, política fiscal, estrutura institucional, legislação de negócios e estrutura social - se mantiveram relativamente estagnados desde 2017", complementou Arruda.

https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/05/28/brasil-tem-o-custo-de-credito-mais-caro-em-um-ranking-com-63-paises.ghtm
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