Economia

Juro de crédito bancário corporativo recua com concorrência, diz estudo

Os juros de empréstimos bancários para grandes clientes corporativos recuaram no último ano pressionados pela concorrência das taxas menores das debêntures, aponta o Centro de Estudos do Mercado de Capitais (Cemec), ligado à Fipe.

Conforme o coordenador da instituição, Carlos Rocca, entre 2018 e 2019 "as taxas médias de juros de várias fontes de recursos caíram e ocorreu forte movimento de redução de sua dispersão".

O pesquisador ressalta que "uma hipótese é a de que o comportamento [de redução das taxas de empréstimos corporativos] resulta do aumento de concorrência nesses mercados, ocupados principalmente por empresas de maior porte".

De acordo com o Cemec-Fipe, a partir de janeiro de 2017 até maio de 2018, as taxas das debêntures caíram para níveis inferiores às praticadas pelo BNDES, o que levou empresas a antecipar a amortização de seus financiamentos junto ao banco de fomento com recursos captados no mercado de dívida corporativa.

A partir do início de 2018, porém, "o BNDES iniciou um movimento de queda de suas taxas médias para níveis mais próximos às das debêntures".

Além do BNDES, pontua Rocca, "os bancos comerciais, que praticavam uma taxa de juros para seus melhores clientes muito acima das taxas de debêntures, estreitaram essa diferença e aproximaram a taxa preferencial brasileira [TPB] das taxas de debêntures desde meados de 2018". O Cemec lembra que entre 2018 e 2019 houve forte crescimento das emissões de debêntures. "Ocorreu evolução da média anual da ordem de R$ 60 bilhões no período de 2015 a meados 2017 para o dobro desse valor em 2018 e 2019", pondera a pesquisa.

https://www.sinfacsp.com.br/noticia/juro-de-credito-bancario-corporativo-recua-com-concorrencia-diz-estudo-valor-economico