Economia

Itaú projeta melhora de inadimplência e crédito para consumidores e PMEs


 
 
O Itaú Unibanco projeta maior demanda por crédito e melhora na inadimplência de pessoas físicas e pequenas e médias empresas (PMEs). O movimento, porém, só se intensificará conforma a aprovação da reforma da Previdência pelo novo governo.

A carteira de crédito do Itaú no mercado Brasil registrou R$ 473,8 bilhões no último trimestre de 2018. O valor representa um aumento de 4,2% em comparação a iguais meses do ano anterior, quando foi de R$ 454,5 bilhões.

A alta veio puxada pelos empréstimos às pessoas físicas e PMEs que, juntas, marcaram volume de R$ 282,1 bilhões no período, alta de 11,3% na mesma comparação (R$ 253,4 bilhões).

“A tendência de cada uma dessas linhas é de melhora na inadimplência, sempre imaginando que a reforma [da Previdência] será aprovada e que haverá crescente demanda por produtos e maior otimismo”, comenta o presidente do banco privado, Candido Bracher e reitera que o mesmo é esperado para a carteira de grandes companhias.

No quarto trimestre, o segmento Corporate do Itaú registrou uma queda de 4,7% em relação aos últimos três meses de 2017, de R$ 201,1 bilhões para R$ 191,6 bilhões. O recuo foi puxado pela retração de 7,1% observado nas operações de crédito do período (de R$ 165,1 bilhões para R$ 153,3 bilhões). Os processos com títulos privados avançaram 6,5% na mesmo período de comparação, de R$ 36 bilhões para R$ 38,3 bilhões.

“A demanda nas grandes empresas já tem melhorado, mas só vai engatar mais quando as questões da reforma e sobre a estabilidade fiscal estiverem mais claras”, explica Bracher. “Mas não sei dizer o quanto isso refletirá no crédito, já que o mercado de capitais continuará muito atraente para essa demanda”, completa.

Nesse sentido, porém, o custo de crédito do Itaú ficou em R$ 3,415 bilhões no quarto trimestre de 2018. O valor é uma retração de 19,8% em relação ao mesmo período de 2017 (R$ 4,257 bilhões), mas é uma alta de 4,7% frente os três meses anteriores (R$ 3,263 bilhões).

Bracher explica que a alta vem em resposta à “mudança no mix de ofertas para produtos de maior risco” e também pelos avanços vistos nas carteiras de pessoas físicas e pequenas e médias empresas. “Além disso, se um cenário econômico mais estável se refletir na inadimplência, os spreads podem se manter estáveis ao longo de 2019”, afirma.

Receitas com serviços

Dentre os principais progressos observados no resultado, no entanto, o diretor-executivo de relações com investidores do Itaú, Alexsandro Broedel ressalta as receitas com prestação de serviços como destaque no lucro líquido recorrente da instituição financeira.

Essas receitas alcançaram os R$ 10,782 bilhões no trimestre passado, um ganho de 6,2% ante mesmo intervalo de 2017 (R$ 10,486 bilhões). No Brasil, porém, o avanço visto no segmento em 2018 (+5,5%, para R$ 41,436 bilhões no total do ano) ficou abaixo do guidance projetado pelo banco, que estava entre 6,5% e 9,5%.

Para 2019, o banco espera altas entre 8% e 11% para a carteira de crédito total, custo de crédito entre R$ 12,5 bilhões e R$ 15,50 bilhões e receitas com serviços com crescimento entre 3% e 6%. Ao final do pregão de ontem, a ação PN do banco privado estava entre as maiores quedas do Ibovespa com recuo de 4,26%, cotada em R$ 38,00.

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