Economia

Confiança dos pequenos empresários aumenta para um 2019 mais otimista


 
A confiança dos micro e pequenos empresários mudou para melhor depois das eleições e as perspectivas para 2019 são positivas. Ao mesmo tempo, nota-se que a atividade de empreender cresce por necessidade diante das dificuldades de trabalho formal.
 

Se o ano de 2018 frustrou a maioria dos empresários, o Indicador de Confiança da Micro e Pequena Empresa, apurado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostra que as perspectivas para o futuro são bastante positivas. Em termos percentuais, o número de micro e pequenas empresas (MPEs) confiantes com a retomada da economia deu um salto expressivo de 44% em outubro para 76% em novembro. Apenas 8% disseram estar pessimistas.

Há também uma expectativa favorável quando se avalia o próprio negócio, que subiu de 57% para 78% no mesmo período.

“Embora a percepção das condições atuais ainda se mantenha negativa, vemos um aumento muito grande da confiança após as eleições, tanto em relação a expectativa da economia quanto dos próprios negócios. Essa percepção favorável se dá principalmente pela formação do novo governo”, explica o superintendente de Finanças da SPC Brasil, Flávio Borges, ao DCI. O cenário de confiança é refletido também na vontade de investir. A Boa Vista SCPC constatou que no terceiro trimestre de 2018, 38% dos executivos planejam investimentos superiores para o próximo ano aos praticados em 2018, o que representou um aumento de quatro pontos percentuais na comparação com o terceiro trimestre do ano passado.Outros 29% dos entrevistados acreditam que os investimentos em serão iguais aos de 2018 e 27% acreditam que vão investir valores inferiores em relação ao ano vigente).

Já uma pesquisa do Sebrae mostra que, para 51% dos MEIs, o faturamento nos próximos seis meses deve crescer. Outros 40% falam em estabilidade e 7% esperam diminuição na receita, enquanto 3% não souberam informar.

“Essa visão mais otimista é importante, significa que o empresário pretende reformar a loja, contratar, e entende que o futuro será bom, isso faz com que a economia gire”, comenta o gerente regional do Sebrae-São Paulo, Paulo Cereda.

Ele destaca, porém, que para esse otimismo se transforme em resultados, é necessária a aprovação das reformas, em especial, da reforma tributária, que terá grande impacto para os pequenos empreendedores.

Manutenção do perfil

A crise dos últimos anos proporcionou um aumento do número de empreendedores que abriram seu próprio negócio para seu próprio sustento, por necessidade. Segundo especialistas, essa condição ainda se manterá no próximo ano.

“O empreendedorismo por necessidade é um fenômeno antigo que se intensifica em tempos de crise. Aqueles que abrem um negócio por necessidade, costumam voltar para um emprego formal quando encontram vaga. Com a melhora da economia, a tendência é de diminuição de abertura dessas empresas”, argumentou Flávio Borges.

“Esse perfil de empreendedor é uma realidade cultural do País. Durante ainda alguns anos o brasileiro se lançará nesse caminho por necessidade, mas sem o desejo de se tornar grande. Por isso é preciso mudar a relação das pessoas com dinheiro”, explica Paulo Cereda, do Sebrae SP.

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