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Fundos de Recebíveis lucram com a multiplicação dos facilitadores de pagamento

Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), que adquirem direitos creditórios originados no decorrer de uma transação realizada através de cartão de crédito, têm sido os principais veículos de securitização do mercado brasileiro desde 2007, mas ganharam novo fôlego recentemente com a multiplicação dos facilitadores de pagamento.

Um levantamento da PAGOS-Associação de Gestão de Pagamentos Eletrônicos revelou que em 2016 eram pouco mais de uma dezena de FIDCs administrando R$5 bilhões em carteira. Em 2017 já haviam 16 FIDCs, que juntos administravam mais de R$ 16 bilhões em carteira. “As operações com securitização de direitos creditórios oriundos dos fluxos financeiros resultantes de transações com cartões de crédito estão em plena expansão”, comemora Carlos Ogata, diretor do Comitê de Facilitadores de Pagamentos da PAGOS.

O maior emissor de cotas no último ano foi o FIDC Cielo de cartão de crédito, que iniciou suas atividades em julho de 2017, totalizaram emissões de R$ 8,24 bilhões em 2017. O FIDC Bancos Emissores de Cartão de Crédito Stone II (FIDC Stone II) e o FIDC Bancos Emissores de Cartão de Crédito Stone (FIDC Stone I) foram o oitavo e nono maiores emissores, com R$ 1,18 bilhão e R$ 1,11 bilhão, respectivamente. Isto tem chamado atenção dos FIDCs de outros setores para abrir operação com cartões.
 

 

“A oferta de crédito antecipado pelo fundo garantido pelas transações de crédito realizadas nas maquininhas do facilitador de pagamento, também conhecida como transações performadas, tem se mostrado uma fórmula de sucesso”, explica Ogata.  “Essa demanda só tende a crescer, considerando que a cada ano surgem mais facilitadores de pagamento que necessitam de fôlego para oferecer antecipação de recebíveis (RAV) aos seus clientes”, completa.

Os FIDCs são classificados por agências classificadoras de risco, o que possibilita ao investidor cotista conhecer melhor os riscos envolvidos. Consultorias de crédito são contratadas para avaliação e aprovação dos recebíveis adquiridos pelo FIDC, tornando o processo mais seguro e, com isso, tornando o crédito mais barato.  A participação de diversas instituições no processo de controle do FIDC aumenta a fiscalização e o acompanhamento das suas operações.

Tais fundos funcionam como seus correlatos tradicionais: investidores se unem e aplicam seu dinheiro em determinados ativos com expectativa de obter um retorno financeiro.  A diferença é que, neste caso, os ativos são Direitos Creditórios, ou seja, o direito de receber pela compra de um produto ou prestação de serviço feito por terceiros.  São dívidas que foram convertidas em títulos e que, neste formato, podem ser vendidas a terceiros em um processo chamado de securitização.

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