Economia

Crédito para pequenas empresas aumenta no 2º trimestre, segundo BC

BRASÍLIA - Depois de mais de três anos em queda, o crédito para as pequenas empresas começa a dar os primeiros sinais de recuperação. A concessão de novos empréstimos, que chegou a cair pela metade, reagiu e alimenta a esperança de que a crise econômica ficou para trás. A expectativa é de melhora lenta e gradual daqui para frente. De acordo com dados do Banco Central repassados ao Sebrae, as concessões de crédito para as pequenas empresas subiram de R$ 39 bilhões para R$ 42 bilhões do primeiro para o segundo trimestre. O número ainda é muito menor do que os R$ 72 bilhões tomados no fim de 2014. No entanto, já é suficiente para animar.

— Já é uma reversão de tendência — falou o gerente de acesso a serviços financeiros do Sebrae, Alexandre Comin, completando: — O crédito deve continuar a ter um crescimento medíocre, mas não vai piorar mais se não tiver um evento fora do comum como greve dos caminhoneiros e crise mais forte na Argentina.

No caso das microempresas, as concessões ainda não voltaram a crescer. Permaneceram em apenas R$ 10 bilhões no segundo trimestre. No auge, esse valor já chegou a R$ 16 bilhões.

Na análise de Comin, não há como crescer mais rapidamente porque a retomada econômica ainda é fraca. A expansão depende dos bancos, já que a demanda por crédito entre os pequenos ainda está maior que a oferta. Essa diferença, entretanto, já foi maior.

Atualmente, o indicador da demanda de crédito das pequenas empresas está em 0,16. O número pode chegar até 2, quando indica uma procura extremamente forte. Já a oferta está no campo negativo em 0,3.

Comin lembra ainda que o custo dos empréstimos ainda é alto para os menores. As pequenas empresas pagam, em média, 22 pontos percentuais a mais do que a taxa média para todas empresas. Quanto menor o negócio, maior o custo. A diferença entre as grandes e as microempresas é cerca de 30 pontos percentuais.

O juro não caiu no mesmo ritmo que o Banco Central reduziu a taxa básica. As pequenas empresas pagam juros de 42% ao ano: é apenas 2 pontos percentuais a menos do que o custo dos empréstimos há um ano. A expectativa é que as taxas caiam na esteira da queda da Selic e da inadimplência.

— Passadas as eleições voltar a ter um crescimento do crédito. Há bons motivos para a oferta de crédito aumentar — falou Comin.

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