Economia

BNDES: Banco vai ter operação digital com crédito direto pré-aprovado

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está migrando da estratégia de financiar projetos para financiar clientes, disse ao Valor o diretor de transformação estratégica e digital do banco de fomento, Ricardo Ramos. 

Operação digital - Segundo o executivo, a instituição caminha para ter uma operação amplamente digital nos próximos anos, processo que deu um passo importante com a aprovação na terça-feira (17/07) pela diretoria do banco de um programa-piloto de financiamento direto (sem outros bancos como intermediários) de máquinas e equipamentos para médias e grandes empresas por meio da internet. O programa começa com 20 empresas que já são clientes do banco e abrirá para as demais a partir do fim de agosto. 

Limites individualizados - A intenção do banco é trabalhar com limites de crédito individualizados para as empresas, que escolherão as linhas que mais se adequarem às suas necessidades. É como já trabalham os grandes bancos de varejo, que colocam à disposição de seus clientes linhas pré-aprovadas de crédito para imóveis, veículos e outros produtos, a partir de uma análise global de crédito do cliente.

Mudança de olhar - “É uma mudança de olhar do projeto para o cliente. A relação dependerá do cliente e não mais da apresentação do projeto”, disse Ramos, comentando que isso deve acelerar bastante a liberação de recursos da instituição para seus clientes. Ele pondera que grandes projetos, como o financiamento de uma hidrelétrica, ainda terão seus trâmites longos ocorrendo, pela própria natureza do empreendimento.

Porta - O diretor afirmou que o BNDES caminha para transformar seu portal na internet em um “hub de serviços”, no qual as empresas terão uma “interface única” para se relacionar com o banco e também com parceiros ligados à instituição. Esse processo, inspirado no modelo do KfW (o BNDES alemão), já está em curso com iniciativas já implantadas com micro e pequenas empresas e um processo de interação crescente com as chamadas fintechs (empresas de inovação voltadas para o setor financeiro).

Análise de risco - Ramos aponta que uma dessas novas ferramentas ajudará a instituição na análise do risco de crédito das empresas, contribuindo para uma melhor avaliação em especial das companhias de menor porte.

Reposicionamento - O superintendente de planejamento estratégico do BNDES, Maurício Neves, explica que a instituição está fazendo um movimento de reposicionamento a partir de 12 projetos, que inclui a digitalização como um de seus vetores.

Esforço concentrado - “Tem um esforço concentrado de transformação muito grande agora em curso em 2018”, disse Neves, apontando que nessa agenda há temas também como busca de novas fontes de financiamento e o fomento ao mercado de capitais. “O banco está em movimento”, disse.

Desempenho - Ramos acredita que o desempenho do banco deve ser cada vez menos avaliado pelo volume de desembolsos, em queda nos últimos anos, para a efetividade de sua atuação, que pode se dar também sem aporte direto de recursos, com ações como oferecimento de garantia a projetos importantes e o suporte ao desenvolvimento do mercado de capitais.

Papel importante - O diretor lembra que a instituição ainda terá papel importante no financiamento direto, por exemplo, para a infraestrutura. Ele lembra que, em qualquer lugar do mundo, o papel do governo nesse segmento é importante e as fontes alternativas, como mercado de capitais, sozinhas não são suficientes. (Valor Econômico)

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