Economia

Setor de tecnologia financeira se consolida no Brasil

Uma evolução dos meios de pagamentos vem se consolidando no Brasil. As fintechs – startups que oferecem inovações para o mercado de serviços financeiros com soluções acessíveis – trazem  novas formas de lidar com as finanças, transformando o cenário atual e revolucionando o método convencional. Em ascensão no País, as empresas de tecnologia financeira registraram um crescimento significativo no ano passado, já que foi apontado um aumento de 244 para 332 empresas atuando na área de serviços financeiros.

Um relatório do Goldman Sachs do mesmo ano estimou que as fintechs brasileiras vão gerar receitas de cerca de US$ 24 bilhões na próxima década. O número de startups de fintech e de eficiência financeira cresceu de 264 para 369 em 2017, sendo que os nichos de seguros e empréstimos são os mais populares, registrando um número de iniciativas de 92% e 75%, respectivamente. Além disso, as fintechs têm contribuído para tornar os produtos bancários mais acessíveis para quem antes não os utilizava por causa dos altos valores e do excesso de burocracia.

O Banco Central do Brasil tem incentivado as startups, promulgando os primeiros regulamentos para fintechs, autorizando dois tipos: Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP) e Sociedade de Crédito Direto (SCD). Com isso, aumenta-se a concorrência de créditos e empréstimos, reduzindo as taxas de serviços financeiros e ampliando o acesso a contas e ao crédito para atingir uma parcela maior da população de um país na qual as taxas de juros são realmente altas – 35% dos adultos brasileiros nunca teve uma conta bancária.

Potenciais e riscos

Em potencial há o reconhecimento de investidores em empresas brasileiras. Por exemplo, o aplicativo de planejamento financeiro e startup de cartões de crédito Nubank recebeu recentemente uma contribuição financeira relevante e passou a oferecer contas bancárias digitais para pessoas além da sua base de clientes existente de titulares de cartão de crédito. Atualmente, a fintech tem cadastrado em sua base 1,5 milhão de clientes em um esquema piloto. Isto significa que a Nubank já é maior do que os grandes bancos puramente digitais do Brasil, mas ainda há um longo caminho a seguir no que tange aos dois maiores bancos que operam no País: Banco Bradesco S.A. e Itaú Unibanco Holding S.A., cada um deles com 20 milhões de clientes.

Mesmo com ofertas inovadoras das empresas, os serviços oferecidos não são suficientes para garantir o sucesso dos negócios. O ritmo acelerado do setor em desenvolvimento significa que as startups podem ser vulneráveis a sanções regulatórias se houver violação das normas. Para Karla Fernandes, líder de Capital Market Services da TMF Group Brasil, houve uma explosão de novos produtos e há o risco de que algumas dessas jovens empresas caiam no esquecimento. “Para sobreviver, uma empresa jovem pode ser comprada por um concorrente, obter um empréstimo ou investimento de uma empresa de private equity, ou crescer organicamente com transações de dívida”, explica. “Os serviços da TMF Group podem ajudá-lo a navegar por qualquer opção, além de auxiliá-lo se você for um investidor estrangeiro em busca de oportunidades no mercado de fintech”, finaliza a executiva.

https://exame.abril.com.br/negocios/dino/setor-de-tecnologia-financeira-se-consolida-no-brasil/