Fomento

Factorings e Fintechs cada vez mais próximas

A forma diferenciada de entregar os serviços do fomento comercial, contando para isso com o uso intensivo de ferramentas tecnológicas, está diminuindo a diferença de perfil existente entre as empresas do setor e as fintechs.

Essa análise partiu do engenheiro de produção Junior Santos, diretor de operações (COO) da iDtrust, ao ministrar palestra sobre o tema na última quinta-feira (15/03), no SINFAC-SP, quando apresentou um histórico e as tendências das organizações que mesclam tecnologia e finanças.

Segundo ele, uma factoring que hoje tenha o portal de relacionamento com o cliente, possua um sistema de gestão integrado, utilize tecnologias digitais para formalização e birôs de inteligência para análise de crédito, já pode se considerar uma fintech.

“Na prática, uma empresa com essa estrutura está entregando antecipação de recebíveis por meio de uma plataforma tecnológica, algo para o quê, na verdade, as factorings já vêm se preparando há algum tempo”, disse Junior.

Em sua avaliação, no mais tardar em dois anos será possível executar um processo 100% automatizado e de baixo custo. “Mas hoje, como as factorings trabalham com margens muito baixas, nem sempre é viável investir em inteligência artificial, blockchain e análise diferenciada”, ressalvou.

Nesse intervalo de tempo, porém, o especialista acredita que as tecnologias estarão massificadas e bem mais acessíveis, “pois são exponenciais e vêm crescendo ao longo dos últimos 40 anos”, acrescentou.

Grande responsabilidade nesse processo ele também atribui às softwarehouses que atendem o setor, pois cabe a elas disponibilizar aos seus clientes ferramentas de ponta capazes de dar suporte a tal evolução.

O maior risco, no seu entender, se apresenta às empresas que deixarem de pensar em design think, ou seja, a entrega diferenciada dos produtos e serviços, preocupação que tiveram destaques mundiais como Uber, Airbnb, Netflix e New Bank.

Sem essa visão dos negócios vai ficar difícil satisfazer a geração millennials, nascida entre 1981 e 1996, e cujos representantes serão os tomadores de decisão nos próximos cinco anos. “Negociar com eles pedindo uma pilha de documentos com firma reconhecida certamente não será um bom começo”, arrematou.

Conhecimento

Visivelmente entusiasmada diante de explicações sobre os novos tempos vividos pelo mercado, a maioria da plateia mostrava-se desejosa em obter o máximo possível de informação sobre um assunto de repercussão crescente.

Foi o caso, por exemplo, de Conceição Aparecida de Araújo, sócia da paulistana Starnic Factoring. Ela já havia lido sobre o assunto e saiu da palestra convicta da importância de se inteirar mais a respeito. “Nós temos que nos diversificar, porque o mercado está correndo e a gente está andando”, justificou.

Para o analista financeiro da Size, empresa de Piracicaba que possui uma fintech integrada ao grupo (Tutu Digital), as mudanças estão ocorrendo de forma muito rápida. “A apresentação de hoje me trouxe vários insights”, garantiu Eduardo Rodrigues Alves, para quem obter mais conhecimento é sempre a melhor forma de trazer à tona novas ideias.

Fonte: Reperkut

http://www.sinfacsp.com.br/noticia/factorings-e-fintechs-cada-vez-mais-proximas