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Correios: sindicatos anunciam greve; parte das agências está aberta

Funcionários dos Correios aderiram à greve por tempo indeterminado em 22 estados e no Distrito Federal. A paralisação, que começou na noite de domingo (11), é parcial - parte das agências está aberta - e atinge tanto os setores de atendimento como de distribuição.

Balanço da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), que engloba 31 sindicatos, mostra que a paralisação atinge os estados do Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio Grande do Norte, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo (regiões de Campinas, Ribeirão Preto, São José dos Campos, Santos e Vale do Paraíba), além do Distrito Federal. Amazonas e Amapá estão em estado de greve, segundo a Fentect. Isso quer dizer que a qualquer momento os sindicatos podem decidir pela paralisação.

Funcionários de Roraima não aderiram à paralisação nacional, segundo o Sintect-RR. O Sintect-SE, de Segipe, informou que assembleia realizada na sexta-feira (9) também decidiu pela não adesão à greve.

Além da Fentect , outra federação representa os trabalhadores da categoria, a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect), que tem cinco sindicados filiados. Todos aderiram à greve: São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão, Tocantins e Bauru (SP).

As agências franqueadas não estão participando da greve, mas elas representam cerca de 15% do total.

Reivindicações

Entre as razões para a greve estão plano de carreira e retirada de benefícios. Veja abaixo:

- alterações no Plano de Cargos, Carreiras e Salários

- cobrança de mensalidades e retirada de dependentes do plano de saúde

- suspensão de férias a partir de abril para carteiros, atendentes e operadores de cargas

- redução da carga horária e do salário de funcionários da área administrativa

- extinção do cargo de operador de triagem e transbordo (responsável pelo processo de tratamento e encaminhamento de cartas e encomendas)

- fechamento de mais de 2.500 agências próprias por todo o Brasil

- não realização de concurso público desde 2011 e planos de demissão voluntária que reduziram o número de funcionários

Segundo os Correios, a questão do plano de saúde foi discutida “exaustivamente” com as representações dos trabalhadores, tanto no âmbito administrativo quanto em mediação pelo Tribunal Superior do Trabalho e que, após diversas tentativas sem sucesso, a forma de custeio segue para julgamento pelo TST.

A empresa aguarda uma decisão conclusiva para tomar as medidas necessárias, mas ressalta que já não consegue sustentar as condições do plano, concedidas no auge do monopólio, quando os Correios tinham capacidade financeira para arcar com os custos.

Veja a situação da greve nos estados:

Alagoas


Segundo o sindicato, 900 funcionários aderiram à greve, mas somente no final do dia deve ser divulgado um balanço da quantidade de agências fechadas. Parte dos funcionários que cruzaram os braços realizou um ato nesta manhã em frente ao Centro de Distribuição Domiciliar Ponta Verde, em Maceió, que foi fechado e teve os serviços suspensos.

Amapá

Os funcionários estão em estado de greve, ou seja, os sindicatos podem decidir pela paralisação das atividades a qualquer momento. Os serviços não foram afetados.

Distrito Federal

O Sintect-DF ainda não tem balanço da adesão à greve. A paralisação dos serviços não atinge as agências franqueadas. As quatro maiores unidades de Brasília estão nessa condição.

Espírito Santo

Trabalhadores bloquearam a entrada da agência Central, na Av. Jerônimo Monteiro, em Vitória. O Sintect-ES não informou a porcentagem de funcionários que aderiram à greve.

Trabalhadores e familiares se concentraram no Centro de Vitória para fazer um ato da altura da Capitania dos Portos até a agência Central. Os Correios estão buscando na Justiça uma liminar que impeça o sindicato de bloquear as entradas das agências.

Goiás

Um grupo de servidores fez um ato nesta manhã em frente à sede dos Correios em Goiânia, no Setor Central. O secretário-geral do Sintect-GO, Elizeu Pereira da Silva, diz que os Correios possuem cerca de 3,1 mil funcionários em Goiás, mas que ainda não há informações sobre os serviços afetados durante a greve.

Juiz de Fora e Região (MG)

É estimada a adesão entre 100 e 120 dos 1.250 funcionários das 123 cidades da região. Por enquanto, segundo o presidente do Sintect de Juiz de Fora e Região, João Ricardo Guedes, não há nenhuma agência totalmente fechada e o impacto maior afeta o serviço de entregas.

Maranhão

A greve, segundo os próprios Correios, teve a adesão de apenas 6,5% do quadro funcional. A principal agência de São Luís, que fica em frente à Praça João Lisboa, no Centro, amanheceu fechada e com faixas confirmando a paralisação.

Mato Grosso do Sul

O Sintect-MS informou que as agências de Aquidauana, Três Lagoas, Ponta Porã, Dourados e Corumbá amanheceram com as portas fechadas. Os Correios afirmam que 88% dos 1,4 mil trabalhadores no estado estão trabalhando.

Minas Gerais

Ainda não há balanço de adesão. O sindicato informou que a paralisação é parcial e que o impacto maior é esperado na distribuição de correspondências e mercadorias. Em Belo Horizonte, pela manhã, houve ato de trabalhadores em frente ao Complexo Operacional dos Correios no bairro Universitário, na Pampulha, e na sede central, na Avenida Afonso Pena.

Paraná

As principais agências de Curitiba estavam abertas. Na Agência João Negrão, porém, uma das maiores, cerca de 30 funcionários estavam do lado de fora. A paralisação prejudica as entregas e encomendas Londrina e em Maringá, no norte; e em Paranavaí e em Umuarama, no noroeste.

De acordo com o Sintcom-PR, o Centro de Entregas de Londrina parou 90% do efetivo - são feitas apenas as entregas do Sedex. O sindicato informou que cerca de 25 pessoas estão concentradas em frente ao Centro de Distribuição, na PR-445, em protesto. Em Guarapuava, na região central do estado, o sindicato afirma que houve 90% de adesão à greve.

Pernambuco

O Central de Distribuição, na Avenida General San Martin, na Zona Oeste do Recife, funciona normalmente. Segundo os Correios, nenhum serviço foi paralisado durante a manhã. Em Caruaru, os funcionários aderiram à greve e fecharam a agência.

Piauí

De acordo com o presidente do Sintect-PI, Edilson Rodrigues, a adesão foi baixa e, até o momento, apenas agências da região da cidade de Piripiri estão paradas. Em algumas regionais, como em Floriano, os trabalhadores ainda estão em mobilização e de acordo com o presidente podem anunciar a adesão à greve durante o dia.

Ribeirão Preto (SP)

O Sintect diz que cerca de 120 dos 400 carteiros que atuam nas ruas da cidade estão de braços cruzados - ao todo, 600 funcionários atuam em Ribeirão Preto. Uma manifestação ocorreu às 9h em frente à agência central. A greve atinge tanto o setor de distribuição como de atendimento, mas todas as agências estão abertas.

Rio Grande do Norte

As agências funcionaram normalmente - nem o sindicato que representa a categoria, nem a superintendência da empresa no estado informaram quantos trabalhadores aderiram ao movimento. Uma manifestação aconteceu durante a manhã, em frente a uma agência em Natal.

Santa Catarina

Segundo o Sintect-SC, cerca de 70% dos trabalhadores operacionais do estado aderiram à greve. No setor administrativo, foram cerca de 15%. As agências das principais cidades do estado seguem abertas, mas pode haver atraso nas entregas, segundo sindicato da categoria e Superintendência Regional.

São Carlos e Araraquara (SP)

A greve paralisou as entregas de encomendas. Nas cidades de Araraquara, Matão, Rio Claro, São Carlos e São João da Boa Vista (SP) o serviço está suspenso, mas as agências estão abertas e funcionando.

São José dos Campos (SP)

O atendimento nas agências foi normal, já que, segundo o sindicato, apenas os carteiros aderiram à greve. Ao todo, a região conta com 56 agências dos Correios e 1.400 funcionários. O sindicato informou que todas aderiram ao movimento em apoio às reivindicações.

São Paulo

De acordo com Rogério Bueno, vice-presidente do Sintect-SP, na manhã desta segunda, a adesão à greve era de 70% a 75% dos funcionários de São Paulo, Grande São Paulo e Sorocaba. “A greve é forte na área operacional, como entre carteiros e operadores de triagem e transbordo. Ela é mais fraca na área administrativa e em agências”, disse.

Tocantins

Segundo os Correios, oito agências fecharam, mas 92,04% do efetivo total está trabalhando. As agências onde o trabalho está totalmente interrompido, segundo os Correios, são: Ananás, Angico, Centenário, Cristalândia, Fortaleza do Tabocão, Piraquê, Recursolandia e São Bento do Tocantins. Já o sindicato da categoria diz que 11 agências estão fechadas e 10 estão funcionando parcialmente.

*Com G1 Alagoas, G1 Amapá, G1 Distrito Federal, G1 Espírito Santo, G1 Goiás, G1 Maranhão, G1 Mato Grosso do Sul, G1 Minas Gerais, G1 Paraná, G1 Pernambuco, G1 Piauí, G1 Ribeirão Preto e Franca, G1 Rio Grande do Norte, G1 Roraima, G1 Santa Catarina, G1 São Carlos e Araraquara, G1 Sergipe, G1 São Paulo, G1 Tocantins, G1 Vale do Paraíba e Região e G1 Zona da Mata - MG.

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