Economia

Pessimismo em empresas de serviços recua e confirma uma retomada lenta

Com aumento de 1,3 ponto em fevereiro, o Índice de Confiança de Serviços (ICS), chega a 93,1 pontos e se aproxima do ponto de equilíbrio entre o otimismo e pessimismo do setor. A variação se deve ao predominante movimento de respostas desfavoráveis para neutras no período.

“Há uma melhora na percepção em fevereiro, mas ela ocorre mais pela diminuição do quadro pessimista tanto nos componentes de Índice da Situação Atual (ISA-S) quanto no Índice de Expectativas (IE-S) que compõem o ICS”, diz o consultor do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), Silvio Sales.

De acordo com ele, o quadro mais favorável seria aquele em que as respostas passassem de neutras para otimistas, mas é um processo normal que o setor deve percorrer, após uma longa retração. “Ainda assim é uma sinalização de melhora”, coloca.

A evolução do indicador de fevereiro também trouxe uma recuperação do ímpeto de contratações. No período houve uma diferença de 5,6 pontos entre a proporção de empresas que, em fevereiro, planejam abrir novos postos de trabalho contra as que planejam cortes. Este é o maior saldo observado na série histórica, desde agosto de 2014, quando atingiu 6,8 pontos.

Segundo Sales, isso não significa uma relação direta com a contratação efetiva no setor, mas uma intenção de manutenção do quadro. Assim como observado no ICS, o indicador teve uma melhora devido ao deslocamento da intenção de demissão para a manutenção.

Em médio prazo, ele acredita que a curva de melhora pode significar um saldo positivo de contratações em 2018. “Mas quando atingiremos o ponto de equilíbrio na medição quantitativa ainda é cedo para dizer”, destaca.

No mês de fevereiro, o Índice da Situação Atual (ISA-S) subiu 1,2 ponto em fevereiro, para 87,4 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE-S) teve ligeira alta de 1,5 ponto, retornando ao patamar de março de 2014, de 98,9 pontos.

Segmentos

No ICS de fevereiro, cinco das 13 atividades pesquisadas apresentaram crescimento. O movimento foi um pouco mais concentrado que o observado em janeiro. Segundo ele, isso se deve a uma acomodação do indicador que teve nos últimos meses crescimento. “Em todas as sondagens (indústria, comércio e serviços) olhamos essa volatilidade de sinais. Os indicadores de confiança vêm crescendo desde o segundo semestre do ano passado e isso [o resultado de fevereiro] pode ser alguma acomodação depois de um crescimento constante”, diz.

De todas as atividades pesquisadas, a de transportes e de serviços prestados às famílias são as que podem ter retomada mais lenta.

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