Economia

Cadastro positivo automático pode ser um avanço importante para o Brasil

Há alguns anos, o mercado discute a implementação do cadastro positivo para melhorar a concessão de crédito no Brasil. Em 2012, foi instituída a primeira versão da lei, que sofreu várias alterações ao longo dos anos. A principal delas, é a inclusão automática dos consumidores na base de dados - atualmente em discussão no Congresso Nacional.

No projeto original, as pessoas aderiam voluntariamente, mas, há pouco mais de um ano, uma nova versão, que torna a inclusão automática, tramita no Congresso. Essa mudança está gerando várias discussões, porém, os benefícios são inúmeros – tanto para os consumidores quanto para as empresas.

Hoje, 80% do mercado financeiro é dominado por cinco bancos. Com a chegada das fintechs, essa concentração tende a se espalhar exponencialmente, principalmente se pensarmos que elas vêm estimulando a bancarização de grande parte da população.

O ingresso dessas pessoas no mercado, aumenta ainda mais a necessidade de uma base oposta ao famoso “nome sujo”. Isso porque, esses consumidores não têm histórico bancário, mas possuem uma trajetória de compras em diferentes lojas que pode garantir que são bons pagadores.

Informações de consumo, como o valor das compras, quantidade de parcelas, datas de vencimento e pagamentos realizados são a base para o cadastro positivo. As pessoas que estiverem nessa lista, poderão ter acesso a juros menores e empréstimos com mais facilidade, o que as ajudará a conquistar sonhos.

Para se ter uma ideia, em quase cinco anos, apenas cinco milhões de consumidores se cadastraram voluntariamente. Caso a nova versão da lei seja aprovada, cerca de 20 milhões de brasileiros economicamente ativos devem entrar automaticamente no banco positivo. O impacto disso no setor será enorme.

Além de facilitar a análise de crédito para as empresas, tornando a concessão mais assertiva, a inserção automática deve contribuir para aumentar o score dos consumidores - pontuação que mede a capacidade de alguém honrar seus compromissos nos próximos doze meses. Mais do que isso, ajudará a reduzir a inadimplência, o spread bancário e da taxa de juros para todos os bons pagadores inclusos na base de dados.

Vejo com bons olhos a inclusão automática no cadastro positivo, pois ele atesta o comportamento financeiro das pessoas e, consequentemente, ajuda as organizações a oferecerem um crédito mais barato e facilitado os consumidores. É um avanço importantíssimo para o Brasil.

Felipe Félix — CFO do PAG!

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