Economia

Crédito e receita com tarifas puxam resultado do Santander

SÃO PAULO - Com uma postura mais agressiva na concessão de crédito, o aumento das receitas de serviços (tarifas) e despesas menores com provisões contra devedores duvidosos, o Santander Brasil viu seu lucro em 2017 crescer 44,5%, para R$ 7,99 bilhões, o maior de sua história no país.

Seu lucro gerencial (resultado antes do ágio que o banco ainda paga pela compra do banco Real, em 2007) foi ainda maior: de R$ 9,95 bilhões, alta de 35,6% e também um recorde.

Além de diminuir a distância dos ganhos dos seus principais concorrentes (Bradesco e Itaú), o Santander também se alinhou a eles na rentabilidade de suas operações.

— Tão ou mais importante que o crescimento do lucro, foi o avanço de nossa rentabilidade (retorno sobre o patrimônio líquido), que alcançou 18,3%, que era o nosso compromisso, de estar entre os melhores do mercado — disse Sérgio Rial, presidente do Santander, sobre os resultados de 2017.

Terceiro maior banco privado do país, a subsidiária do banco espanhol teve crescimento de 6% em suas operações de crédito, que alcançaram R$ 272,6 bilhões ao final de dezembro — contra uma retração de 0,6% no estoque de empréstimos no país, segundo dados do Banco Central, divulgados terça-feira.

— Tivemos uma dinâmica no crédito que mostra um crescimento sustentável, isso em um ano em que expandir as operações representava um grande desafio — disse Rial.

CRÉDITO CONSIGNADO

Destacaram-se no avanço da carteira do banco as linhas do consignado (com crescimento de 36,7% no ano), cartões de crédito (18,1%) e imobiliária (3,5%). Segundo Rial, além de continuar crescendo nessas linhas, o banco quer brigar pela liderança nos financiamentos de imóveis no país, valendo-se da expertise que tem em outros mercados.

A meta nesse segmento, disse, é contratar cerca de R$ 1 bilhão ao mês em financiamentos habitacionais já no segundo trimestre deste ano.

— Não temos bola de cristal, mas dá para dizer que o crescimento de nossa carteira de financiamentos será maior que em 2017 — disse, completando sobre a meta no imobiliário. — (A quantia de) R$ 1 bilhão mensal já seria uma produção que estaria entre as maiores do mercado e esperamos ver isso consolidado no segundo trimestre.

O otimismo do executivo é reforçado pelas taxas de inadimplência do banco, que se situam em 3,2%. O número seria ainda menor, cerca de 2,9%, não fosse um “caso isolado” de calote no segmento corporativo, que fez a taxa de calote subir de 1,9% para 2,5% no último trimestre.

— Esse é um caso que não nos preocupa — minimizou o presidente do Santander, que tem atualmente 21,7 milhões de clientes ativos no país, dos quais 8,6 milhões relacionam-se pelos canais digitais. — Vamos este ano atrás de meio milhão de novos clientes nos canais digitais com o aperfeiçoamento tecnológico e inovação em nossos canais digitais.

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