Economia

Demanda por crédito deve aumentar

Enquanto a demanda por crédito está em recuperação por parte do consumidor brasileiro, as empresas, com destaque às pequenas, ainda devem demorar para buscar mais esses recursos juntos às instituições financeiras.

Estudo do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostrou que apenas 11% desses empresários têm a intenção de contratar crédito pelos próximos três meses. Os que não pretendem tomar recursos emprestados somam 74%, ao passo que 13% estão indecisos.

Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawautii, o baixo apetite ao crédito é justificado pela conjuntura econômica e pela falta de conhecimento das possibilidades que o crédito oferece. “Mesmo com a queda da taxa Selic, os juros para as empresas e consumidores ainda se mantêm elevados. Conforme a economia apresente sinais de melhora, como mais geração de empregos e reaquecimento das vendas, a procura por crédito deve aumentar acompanhando a evolução das perspectivas do empresariado”, analisa a economista.

Por outro lado, levantamento feito pela Boa Vista Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), a Demanda por Crédito do Consumidor cresceu 0,6% em 2017. Dessa forma, o indicador registra a primeira variação positiva no consolidado anual desde 2012, quando cresceu 7,2%. Na avaliação interanual, dezembro apresentou crescimento de 3,9%.

Segundo o economista Yan Cattani, da Boa Vista SCPC, como os índices de inadimplência, em recursos livres, das pessoas físicas está menor do que pelas pessoas jurídicas, a tendência é de que os consumidores se destaquem mais do que as empresas nessa procura por crédito. “Com os juros e inflação caindo, o mercado consumidor favorece o aumento da demanda por empréstimos. Os negócios tendo mais dinheiro [devido a esse consumo], a busca empresarial por captação de recursos sobe.”

Dificuldade
A pesquisa do SPC Brasil e da CNDL revelou, porém, que 38% dos micro e pequenos empresários brasileiros reconhecem que atualmente está difícil conseguir crédito no mercado. Há, porém, uma parcela considerável, de 20% de entrevistados, que consideram a contratação fácil. O excesso de burocracia (46%) e juros altos (42%) são as principais razões para quem vê entraves na contratação de crédito.

Considerando a minoria dos que vão tomar recursos emprestados de terceiros, 32% manifestaram a intenção de usar esse dinheiro extra para formar capital de giro. O pagamento de dívidas é a escolha de 21% dos empresários consultados, ao passo que 18% pretendem reformar a empresa e 16% comprar equipamentos. Já a modalidade de crédito a ser solicitada ainda não foi definida para 45%, enquanto 26% citam o microcrédito e 20% os financiamentos.

Ainda, entre os que rejeitam contratar crédito, a principal razão apontada é o fato de conseguir manter o negócio com recursos próprios (36%).

Além desses, 27% mencionam as altas taxas de juros e 14% dizem estar inseguros com as condições econômicas.

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