Economia

Avanços do Simples Nacional passam pelas empresas Simples de Crédito

Os sinais de retomada da economia estão surgindo. Diante da baixa inflação e dos juros em queda, muitas empresas estão vendo nessa oportunidade o caminho para se reerguer. Mas é preciso mudanças estruturais que atendam as micro e pequenas empresas para dar mais sustentabilidade ao crescimento econômico. Afinal, elas são responsáveis por cerca de 98% das empresas no país e por 57% do emprego formal. Diante disso, lideranças empresariais e políticas presentes nesta terça-feira (14/11) no Correio Debate -- Os avanços do Simples Nacional avaliam a necessidade de instituir cooperativas de financiamento de crédito para os micro e pequenos empreendimentos.

Diferentemente das médias e grandes empresas, que têm acesso a um farto crédito a juros condizentes com o porte desses empreendimentos, as micro e pequenas empresas encontram dificuldades em obter acesso a empréstimos a encargos mais baixos. Para o presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), Francisco Honório Pinheiro, é preciso incentivar o desenvolvimento a partir dessas iniciativas. "Precisamos induzir e produzir essas iniciativas do Simples de Crédito, já tão conhecidas nos outros países", afirmou.

A implementação dessas cooperativas de financiamento foi vetada pelo governo federal em 2016 em modernização feita no Simples Nacional. À época, o Banco Central se mostrava resistente à ideia, mas o jogo virou, afirma o presidente do Sebrae Nacional, Guilherme Afif Domingos. "Finalmente, fechamos com a autoridade monetária. Ela cedeu aos conceitos nosso da simplificação, até porque não tem concorrência no sistema de crédito. É o mais concentrado no mundo nas mãos de grandes instituições", declarou. 

O conceito das empresas simples de Crédito também foi fechado com a Receita Federal, afirma Domingos. "Tivemos uma reunião ontem, e estamos chegando em termo de comum acordo para fazer uma redação sobre as empresas simplificadas de crédito para já levarmos ao Congresso e o Parlamento fazer a emenda sem a necessidade de veto posterior", disse. Dessa forma, o Sebrae acredita que possa fechar um acordo antecipado, para evitar que o governo federal vete o texto ao chegar à sanção do presidente da República, Michel Temer. 

Além de Honório e Domingos, participam do debate o senador José Pimentel (PT-CE) e o deputado federal Izalci Lucas (PSDB-DF). Para o petista, destravar o crédito para as empresas inseridas no Simples é fundamental para assegurar mais isonomia e igualdade entre as empresas. "Temos os juros mais caros do Brasil no mundo do empreendedorismo voltado para as micro e pequenas empresas", ponderou. 

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2017/11/14/internas_economia,640920/avancos-do-simples-nacional-passam-pelas-empresas-simples-de-credito.shtml