Economia

Crédito fraco reduz margens de instituições

Os lucros voltaram a crescer, mas o crédito devagar, quase parando, reduziu a receita financeira dos grandes bancos brasileiros mesmo em um cenário de spreads nas alturas. No primeiro trimestre, a margem combinada de Banco do Brasil (BB), Itaú Unibanco, Bradesco e Santander com operações de crédito caiu 3,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

A queda foi compensada pela despesa menor com provisões contra calotes, o que fez os lucros melhorarem nos três primeiros meses do ano. Mas se o crédito não reagir, o peso da margem mais fraca sobre os lucros dos bancos deve aumentar, segundo analistas. A incerteza apenas aumentou diante do ressurgimento da crise política.

O saldo da carteira de crédito dos quatro grandes bancos encerrou março em R$ 2,103 trilhões, redução de 1,9% ante dezembro e de 3,9% em 12 meses. Os bancos já têm uma projeção conservadora para o desempenho da margem de crédito desde o início do ano. No melhor cenário, o Itaú projeta uma queda de 0,5%, enquanto o Bradesco espera estabilidade em relação ao resultado de 2016. O único a esperar um aumento, que pode chegar a 4%, é o BB.

A piora no crédito foi compensada com a redução nos custos, o que fez os bancos ganharem tempo para retomar os financiamentos, de acordo com os analistas do BTG Pactual. “Se os empréstimos não se recuperarem, será mais difícil para os bancos aumentarem os lucros a partir de 2019”, escrevem, em relatório.

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