Economia

Crédito de pequenas cai 4,6% no Santander


São Paulo - A carteira de crédito de pequenas e médias empresas encolheu 4,6% no Santander Brasil para R$ 32,511 bilhões até o final de março, ante igual período do ano passado. Mas daqui para frente, o banco promete dobrar o número de clientes nesse segmento.

Segundo o presidente do Santander Brasil, Sergio Rial, é esperada uma retomada do crédito aos pequenos negócios nos próximos trimestres e o objetivo de sua instituição financeira é "dobrar a base" atual de 850 mil clientes.

"Esse é o foco do Santander. Nós vamos nos tornar o banco do empreendedor, da empreendedora e da pequena e média empresa. Isso conversa com a nossa adquirência, e com serviços transacionados", afirmou Rial, em coletiva realizada ontem, após a apresentação dos resultados financeiros do primeiro trimestre de 2017.

Quanto à redução nos últimos 12 meses dessa carteira de empréstimos aos pequenos negócios, Rial explicou que essas empresas foram as mais impactadas por juros. "E também é o segmento que mais se beneficiará da queda de juros. Essa redução [do crédito] ainda é um reflexo de 2016", justificou Rial.

O executivo se mostrou otimista com a retomada da economia brasileira ainda no exercício de 2017 e maior crescimento em 2018. "Não devemos subestimar a capacidade de reação do País. Estamos embarcando num Brasil com taxa de juros (Selic) de um dígito", apontou.

O cenário macroeconômico trabalhado pelo banco projeta um aumento de 0,4% do PIB em 2017 e crescimento de 2,5% para 2018, com a taxa básica de juros (Selic) no patamar de 8,5% ao ano.

Aumento do lucro

De acordo com o balanço divulgado ontem, o lucro líquido do Santander Brasil aumentou 37,3% para R$ 2,28 bilhões no primeiro trimestre de 2017, na comparação com o resultado de R$ 1,66 bilhão obtido em igual período do ano passado. Entre os fatores que contribuíram para o resultado estão: a redução da inadimplência das pessoas físicas e jurídicas; a menor necessidade de provisões para devedores duvidosos (PDD) e controle de despesas que resultou na melhora do índice de eficiência do banco.

A inadimplência (calote) das pessoas físicas - quando considerado o atraso acima de 90 dias - recuou da faixa de 4,7% em março de 2016 para 4,0% em março de 2017. Ao passo que a inadimplência das pessoas jurídicas (PJ) diminuiu de 2,1% para 1,9% na mesma base de comparação.

A carteira de crédito das pessoas físicas cresceu 9,8% em 12 meses para R$ 93,986 bilhões em março de 2017, compensando a queda de 1,1% do financiamento às grandes empresas, cuja carteira foi reduzida para R$ 94,892 bilhões. O financiamento ao consumo também evoluiu 9,4% e atingiu R$ 35,78 bilhões em março.

O índice de eficiência do banco teve uma melhora de 5,4 pontos percentuais em 12 meses para 44,9%. Essa melhora no indicador é atribuída ao controle das despesas administrativas e de pessoal. Nesse último item, o número de funcionários reduziu para 46.897 em março de 2017, frente o contingente de 50.142 em março do ano passado, ou seja, uma redução de 3.245 postos de trabalho em 12 meses.

Do lado da receita, a instituição mostrou crescimento de 32,6% com serviços de conta corrente para R$ 654 milhões no primeiro trimestre; seguido pelo aumento de 27,6% nas receitas com cartões que atingiram R$ 1,154 bilhão até março.

O Santander também registrou evolução: de 25,4% em corretagem e colocação de títulos (R$ 179 milhões); de 24,8% em cobranças (R$ 348 milhões); de 21,2% em seguros (R$ 588 milhões); de 9,6% em operações de crédito (R$ 370 milhões); e de 5,9% em administração de fundos que geraram R$ 263 milhões. Ao todo, o banco mostrou alta de 24,3% nas comissões para um total de R$ 3,709 bilhões até o final de março, ante os R$ 2,984 bilhões obtidos em igual primeiro trimestre do ano passado.

Ernani Fagundes

http://www.dci.com.br/financas/credito-de--pequenas-cai-4,6--no-santander--id621161.html