A gestão dos recursos e das riquezas no Brasil e a nova geração de Empreendedores

Somos um País abonado pela natureza, com terra fértil para toda nossa grande população, com climas tropicais e temperados, uma extensa orla marítima, com rica flora e fauna, grandes recursos minerais, vegetais e animais, e um povo pacato e trabalhador, então, porque há tanta pobreza, tão baixo crescimento econômico e tanta miséria social, principalmente nas áreas da saúde e da educação, com crescente insegurança nas grandes cidades e em todo o País?

O Brasil vem continuamente revelando grandes inteligências nas artes e nas letras, na política e na diplomacia, na medicina e na engenharia, bem como grande criatividade e talentos nos esportes, conquistando campeonatos mundiais e olímpicos no futebol, no vôlei, na ginástica, no tênis, no atletismo, no automobilismo, e outras modalidades esportivas. Somos admirados pela arquitetura de Brasília, pela música desde Carlos Gomes até Antonio Carlos Jobim pelo pioneirismo na aviação de Santos Dumont, para citar são alguns grandes destaques. Mas também já perdemos muitos intelectuais e cientistas que emigraram para o exterior, por falta de maior apoio ao desenvolvimento de seus trabalhos no País.

Porque estamos entre os países mais atrasados, de 56º passamos agora ao 62º lugar na competitividade mundial, pelo ranking do Fórum Econômico Mundial?  Porque temos o mais baixo crescimento econômico dentro da América do Sul, onde dispomos da maior área territorial e população?  O País cresce apenas 2,4% e gasta 6% (Fonte: Revista Veja, 8/11/06, página 124).

Infelizmente, somos considerados os campeões mundiais do desperdício, da informalidade e da corrupção, gerando uma enorme desigualdade social, com mais de 70% da população à margem do consumo.  

Que herança e legado vamos deixar para nossos filhos e netos?

Como reverter esse quadro da improdutividade, de baixo crescimento, de quebra de empresas, de aumento crescente do desemprego e da criminalidade, para uma perspectiva de recuperação e de real crescimento econômico e social?   

Porque empresas tradicionais fecham, ao mesmo tempo que novas abrem e crescem?

Na cidade do autor, Blumenau, no estado de Santa Catarina, 90% das empresas tradicionais que dominavam o comércio e a indústria na década de 1950 fecharam.

Da mesma forma em São Paulo e em outras metrópoles do Brasil, já não mais existem as grandes redes de lojas da MESBLA, do MAPPIN, da ARAPUÃ, do G. ARONSON, bem como o outrora pujante Grupo MATARAZZO, com mais de 100 fábricas,  mas novos empreendimentos surgiram como as redes comerciais das CASAS BAHIA, MAGAZINE LUIZA, PONTO FRIO, LOJAS COLOMBO e outras e os grupos industriais ARACRUZ, WEG,  TRAMONTINA, AZALÉIA, BOTICÁRIO, SADIA e grandes empresas na prestação de serviços como a GOL, a TAM, a MICROSIGA, a DATASUL e muitas outras, que estão crescendo, “de vento em popa”.

O que mudou? 

A tecnologia globalizada mudou os hábitos, criou novos produtos e demandas de consumo; aumentou a velocidade das informações e das decisões. Colocou a pequena empresa cada vez mais em desvantagem da grande. 

As máquinas, os robôs e os computadores estão substituindo a mão de obra. O poder aquisitivo da população, principalmente da classe média, está cada vez mais achatado. Os salários não acompanham o aumento do preço do petróleo e das tarifas; aumenta o número de pobres e os marginalizados do consumo. 
O mercado passou de comprador para vendedor; ele não é mais protegido, mas aberto e globalizado. A economia se tornou estável, mas recessiva. Os tributos sobem e a informalidade, o contrabando e o comércio ilegal também. 

Como sanear e reverter a situação? 

Medir o que se ganha e o que se gasta. Não gastar mais do que se ganha, racionalizando os bens, vivendo dentro do orçamento, produzindo mais do que se consome. 

É preciso conscientizar e educar o povo, com conceitos e cálculos simples, a racionalizar e preservar os recursos, bem como instruir os gestores a reduzirem desperdícios nos processos, e com criatividade, adicionarem valor aos produtos, medindo custos e benefícios na gestão dos recursos e dos negócios. Isso com apoio de ferramentas métricas, provocadoras da criatividade e da aculturação gerencial, com apoio das universidades e de campanhas públicas educativas.

Devemos substituir a decisão intuitiva e arbitrária, pela inteligente, inovadora e métrica, ou seja, o “achômetro “ ou o “chutômetro” por “bússolas gerenciais” e “radar de controle”, na simulação e execução das decisões e ações gerenciais, em busca de maiores ganhos na gestão dos recursos , com crescimento do PIB  (Produto Bruto Interno), dos empregos, da receita tributária, da preservação ambiental e da satisfação social!

Dedicamos esse livro à nova geração de Empreendedores e Gestores em que muito confiamos, para resgatar o nosso desenvolvimento econômico e social, com planejamento, controle, seriedade e criatividade.

Do Livro: Inovando e Realizando com Inteligência de Gestão
 

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Detlev Kahrbek

Detlev Kahrbek

Detlev Kahrbek
Consultor em Gestão Estratégica desde 1978. 
Diretor de Subsidiárias Brasileiras de Empresas Multinacionais por mais de 20 anos.
Fundador e Titular da BAV- Tecnologia e Assessoria de Gestão Ltda., Blumenau.
Autor de 11 livros sobre pesquisas, testes e aplicações no desenvolvimento da Metodologia BAV, com registros na - Biblioteca Nacional (1978 - 2008)
Autor do Decisograma (Prêmio Codesc/1981 e do Painel Estratégico (Prêmio Blusoft - Brasil 2004)